Caso Titan: o mundo aguarda por respostas

Até aqui, permanecem dúvidas sobre o que exatamente aconteceu com o submersível

Por: Eliane Octaviano Martins  -  28/07/23  -  06:42
  Foto: Divulgação

Em 18 de junho, o submersível Titan, com cinco tripulantes a bordo, desapareceu em uma viagem em direção ao fundo do mar para observar os escombros do Titanic. Em 22 de junho, foram encontradas partes do Titan e as investigações apontam para uma “implosão catastrófica”, cujas causas ainda são investigadas.


O submersível era operado pela OceanGate Expeditions, empresa privada com sede nos Estados Unidos, e a expedição foi organizada pela subsidiária OceanGate Expeditions registrada nas Bahamas, com apoio do navio Polar Prince. A Guarda Costeira dos EUA e o Conselho de Segurança de Transporte do Canadá iniciaram as investigações do acidente, afirmando que ainda não é possível estabelecer um cronograma específico de eventos no desastre, considerado “incrivelmente complexo”.


As investigações devem confirmar a hipótese de implosão, quando e por qual motivo isso aconteceu, além das responsabilidades dos envolvidos. Especialistas apontam algumas questões relevantes que devem ser consideradas nas investigações e apuração dos fatos.


Nesta profundidade, dois fatores dificultam as investigações e podem ter interferido na causa: a escuridão e a pressão da água. Expedições anteriores ao Titanic revelaram que a descida até o local enfrenta escuridão total por quase duas horas até que seja possível visualizar o fundo do oceano. Outra questão relevante se refere à estrutura do submersível.


O Titan foi fabricado com titânio e fibra de carbono, material experimental que precisaria ter sido mais testado na sua resistência à pressão do fundo do mar. Especialistas ainda afirmam que a janela do submersível suportava pressões de apenas 1,3 mil metros. As informações até então divulgadas apontam que o CEO da OceanGate, Stockton Rush, que pilotava o submersível, estava ciente dos riscos da expedição.


Não há detalhes que possibilitem afirmar que os tripulantes possuíam ciência do perigo da implosão, que deve ter ocorrido em uma fração de milissegundo. Porém, pela análise dos escombros, diz-se que um erro pode ter sido percebido e houve tentativa de abortar a missão.


As autoridades canadenses e norte-americanas têm afirmado que, até a presente fase das investigações, não há suspeita de atividade criminosa “per se” e serão examinadas as circunstâncias que levaram às mortes dos 5 tripulantes e que a investigação prosseguirá apenas se, no exame das circunstâncias, houver indícios de que as leis criminais federais ou provinciais podem ter sido violadas. Afirmam ainda que a investigação “é uma circunstância única” devido “às questões jurisdicionais” e à “incerteza prolongada” do esforço de busca e resgate.


Até a presente data, permanecem dúvidas sobre o que exatamente aconteceu com o submersível, se a recuperação dos corpos ou da embarcação é possível e quais consequências o desastre pode ter para a OceanGate. A investigação pode durar de 18 meses a dois anos e todos querem respostas, principalmente as famílias. Independentemente do resultado, é importante que se considere a criação de padrões regulatórios mínimos de segurança para submersíveis tripulados, principalmente para o turismo submarino, para evitar que mais incidentes como o Titan aconteçam.


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