Obrigado, Francisco Mendes

O homem que dedicou a vida a preservar e valorizar a história do Santos Futebol Clube morreu esta semana, aos 77 anos

Por: Eduardo Silva  -  27/10/23  -  06:15
Vila Belmiro, em 1975
Vila Belmiro, em 1975   Foto: Arquivo/AT

O homem que dedicou a vida a preservar e valorizar a história do Santos Futebol Clube morreu esta semana aos 77 anos de idade. Francisco Mendes Fernandes era um apaixonado pela trajetória do clube e trabalhou nas pesquisas sobre jogadores, partidas e títulos num período que em não existiam computadores. A pesquisa do seo Chico era feita na raça, registrada em fichas e nas antigas máquinas de escrever. O trabalho artesanal ajudou muito a imprensa esportiva a preservar as façanhas do mais famoso time de futebol que o mundo já conheceu, afinal Gylmar, Lima e Dalmo; Zito e Calvet, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe era uma escalação que qualquer criança da época conhecia, mesmo que não fosse santista.


“Para mim é um grande prazer pelo fato de eu poder passar essa história toda do Santos, principalmente as novas gerações. Uma história tão rica como essa tem a necessidade de ser divulgada”, relembrou Chico Mendes numa entrevista para o repórter Luciano Faccioli, no Programa Corpo em ação, da TV Tribuna, no início dos anos 2000.


Seo Chico era uma enciclopédia santista. Sabia tudo do clube. Desde a fundação até a compra do terreno que deu origem à Vila Belmiro. O historiador sempre destacava a importância de Urbano Caldeira, que deu o nome ao estádio.


“O Urbano Caldeira foi uma pessoa muito importante para o Santos, seja como dirigente, seja como jogador e até técnico da equipe principal. Ele ficou 20 anos se dedicando ao Santos e mereceu a aprovação do Conselho Deliberativo da época para que o estádio levasse o nome dele”.


Guilherme Guarche trabalha hoje no Centro de Memória e estatística, numa sala que leva o nome de Francisco Mendes. “Ele foi, na minha opinião, o melhor historiador que o Santos Futebol Clube teve até hoje. Ele era dedicado, foi quem me colocou aqui, me incentivou no meu primeiro livro, porque sabia do meu interesse pela história do clube. Era um abnegado. Não tinha salário, fazia por amor”, recorda.


Guilherme ainda ressalta o trabalho pioneiro de Francisco Mendes. “Lá nos anos 1990, o clube só tinha as súmulas e foi ele que se dedicou a pesquisar, com mais detalhes, todos os jogos e conquistas. Ele deixou um trabalho que serve de exemplo para todos nós”.


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