Uma vitrine para a indústria

A relevância do Polo de Cubatão se estende por toda a economia regional

Por: Redação  -  11/01/22  -  06:49
É legítimo buscar sinergia com os demais municípios da Baixada Santista
É legítimo buscar sinergia com os demais municípios da Baixada Santista   Foto: Cláudio Vitor Vaz

O surgimento da variante Ômicron e o novo desencadeamento de consequências indicam que o mundo ainda está longe de decretar a volta integral à normalidade. As incertezas afetam as atividades econômicas e representam fator de risco para as economias globais. Com o Brasil não é diferente, tampouco com a Baixada Santista, que na semana passada assistiu à paralisação de importante atividade turística: os cruzeiros marítimos.


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As consequências do ir e vir da pandemia também atingem a indústria, que chegou a novembro de 2021 com seis meses de queda na produção, marcando uma década perdida e redução de 20%. Nesse intervalo entre 2011 e 2021, a indústria calcula que 834 mil empregos tenham sido encerrados.


Cálculos com base em estimativas do Monitor do PIB da Fundação Getulio Vargas indicam que o setor vem perdendo participação na economia como um todo. De 2010 a 2020, a fatia no PIB caiu de 27,4% para 20,5%. Especialistas indicam algumas das razões para essa queda: inflação e juros elevados, câmbio desfavorável, desequilíbrio nas contas do governo, incertezas políticas e econômicas, gargalos de infraestrutura, sistema tributário complexo, falta de mão de obra qualificada e custo da energia. Há, ainda, o que analistas chamam de abertura comercial “abrupta”, com redução de tarifas de importação a partir dos anos 90.


Para as regiões que vivem exclusivamente do setor industrial e também para aquelas que têm nesse segmento importante pilar econômico, como a Baixada Santista, a saída passa por radiografar toda a estrutura existente, encontrar pontos vulneráveis e buscar um ambiente que identifique brechas de crescimento, caminhos que dependam menos de medidas de caráter geral e mais de ações locais.


Esse parece ser o propósito do novo diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), regional Cubatão, Américo Ferreira Neto. Há mais de três décadas atuando no setor siderúrgico, o executivo enxerga oportunidades de crescimento por meio de ações que envolvam não apenas a cidade de Cubatão, mas todas as demais da região metropolitana. De fato, o potencial do Polo Petroquímico de Cubatão tem reflexos em empregos, consumo e demais atividades em toda a região, então, é razoável trazer para o centro do debate o papel que cada gestor municipal pode e deve desempenhar nessa retomada.


O Polo Petroquímico de Cubatão sempre representou um pilar de alta relevância para a economia local, e ainda hoje emprega quase 20 mil pessoas, entre diretos e indiretos, com recolhimento de impostos na ordem de 200 milhões de dólares por ano. Ainda que predominem indústrias de base, certamente há espaço para crescer na atração de novas unidades, na prospecção de novos mercados. Como em outras frentes, esse é um desafio que transcende Cubatão: precisa estar na agenda de todos os demais gestores municipais.


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