Começa efetivamente nesta segunda-feira (2) um novo comando à frente do Governo do Estado de São Paulo, o de Tarcísio de Freitas (Republicanos), que, enquanto ministro da Infraestrutura do ex-presidente Jair Bolsonaro, veio dezenas de vezes à Baixada Santista e, portanto, conhece a região, parte de seus prefeitos e de suas carências. Em sua fala inicial, Tarcísio destacou a intenção de dar prioridade às demandas populares, às quais classificou como “grande direcionador da ação do Estado”.
Isso está em sintonia com o discurso feito pelo então candidato ao Governo do Estado, em agosto passado, quando participou de sabatina promovida pelo Grupo Tribuna na Associação Comercial de Santos, em parceria com Assecob e OAB-Santos. Naquela ocasião, o candidato do Republicanos também falou sobre reduzir as desigualdades no maior estado do País, e deu ênfase a linhas de ação bem definidas: ampliar o crédito ao pequeno e microempreendedor; diminuir a carga tributária; conciliar a capacitação profissional com as vocações econômicas regionais; desburocratizar a gestão para agilizar os licenciamentos de empreendimentos; e melhorar a infraestrutura.
Parte dos itens destacados por Tarcísio de Freitas, naquela ocasião e ontem, durante a posse, também se aproxima das necessidades dos nove municípios da Baixada Santista, com seus quase 2 milhões de habitantes. Em reportagem publicada ontem por A Tribuna, os prefeitos destacam as áreas mais urgentes de ações, para as quais será preciso um olhar direto e perene do Estado e sua estrutura. As áreas de educação, habitação, mobilidade, saúde, segurança e obras de infraestrutura são os pilares não só do desenvolvimento econômico, como também de redução de desigualdades, geração de emprego e atração de novos investimentos.
Essa, aliás, é a carência mais longeva da Baixada Santista. Desde que o Porto de Santos foi privatizado, na década de 1990, e o polo petroquímico de Cubatão perdeu postos de trabalho, fruto da desindustrialização do País e dos processos de automação, a região ainda não foi capaz de atrair novo pilar com potencial para absorver por completo essa demanda.
As razões para justificar esse quadro são várias; parte delas sob responsabilidade da própria mão de obra que não se qualificou, mas parte decorrente de uma inação metropolitana, envolvendo executivos, legislativos e o setor privado.
Tarcísio de Freitas e seu vice, Felício Ramuth, ex-prefeito de uma região metropolitana também (São José dos Campos), conhecem a realidade da Baixada Santista e podem agir no sentido de provê-la das obras e estruturas necessárias para recolocá-la no patamar de destaque que sempre gozou. Para isso, será necessária a interlocução permanente e fina com o conjunto dos prefeitos e também os parlamentares eleitos pela região. O sucesso dessa relação será também o sucesso do próprio governador daqui a quatro anos.