O ritmo da construção

A valorização do domicílio, seja próprio ou alugado, ganhará muitos adeptos ainda devido às novidades tecnológicas, favoráveis às atividades remotas, tanto profissionais como de lazer

Por: Da Redação  -  11/02/21  -  10:08

De uma forma surpreendente ao que se esperava em ano de recessão, o setor imobiliário cresceu de forma significativa em 2020. Agora, com a demanda reprimida consumindo os estoques de imóveis novos, espera-se que o segmento da construção deva retomar seus investimentos mais aceleradamente. Tal movimento será importante também para a geração de postos de trabalho, uma boa notícia para as camadas sociais mais atingidas pelo desemprego. Portanto, os prefeitos da região devem reduzir a burocracia e estimular os empreendimentos desse mercado para reanimar a economia de suas próprias cidades.


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O reaquecimento do setor imobiliário, no segmento de compra e venda, esteve muito associado no ano passado ao novo normal imposto pelo pandemia. Os juros básicos já estavam em queda antes, assim como a Caixa reduzia suas taxas e lançava linhas menos burocráticas, como a que utiliza o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na época, com a inflação ainda contida. Porém, quando a pandemia surgiu com um espécie de tsunami sobre a economia, o Banco Central manteve a Selic em níveis baixíssimos, nos últimos meses a 2% ao ano. Como a inflação pelo IPCA ganhou fôlego – também estimulada pela covid-19 – o País passou a ter juros negativos (a taxa básica perde para o IPCA), tornando o crédito, pelo menos o imobiliário, convidativo para potenciais mutuários.

Outro fator que estimulou o crédito imobiliário foi o que o Banco Central chama de poupança precaucional. Como o investidor fica com medo ou impedido de gastar seu dinheiro, ele aplica seus recursos. Uma parte foi para a caderneta ou outras opções do mercado financeiro, mas uma parte também foi destinada aos imóveis. Considerados seguros e bem menos voláteis que a bolsa, casas e apartamentos tornaram-se um bom negócio.


Há ainda a nova dimensão que a casa própria ganhou nas famílias. Com o home office e a necessidade de ficar em casa, o mercado passou a buscar por novos formatos – mais espaçosos se forem usados ou com áreas para escritórios e conexões tecnológicas no caso de plantas mais modernas. Por isso, arquitetos e construtores se debruçam agora sobre o desafio de aproveitar essa tendência, que não se sabe até onde ela irá. Assim como outros setores da economia, modas vão e voltam, mas se acredita que a valorização do domicílio, seja próprio ou alugado, ganhará muitos adeptos ainda devido às novidades tecnológicas, favoráveis às atividades remotas, tanto profissionais como de lazer.


Por isso, não se pode engessar as cidades e os segmentos econômicos com regras em excesso. Momentos de grandes mudanças são altamente desafiadores, mas geram muitas oportunidades de investimentos. Devido ao atraso da vacinação, a economia brasileira vai se recuperar de forma mais lenta. Porém, os projetos imobiliários são de longa maturação e até lá o País poderá estar em uma situação bem melhor.


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