O pós-auxílio emergencial

Famílias assistidas devem ser acompanhadas pelo Governo, para que possam retomar suas vidas no pós-pandemia

Por: Redação  -  10/05/21  -  07:22
 Auxílio emergencial
Auxílio emergencial   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A partir do dia 17, o Governo Federal começa a distribuir a segunda versão do auxílio emergencial, desta vez menor que o de 2020. Na Baixada Santista, estão aptos a receber os valores, entre R$ 150,00 e R$ 350,00, 348.394 pessoas, 39,7% a menos que no primeiro ano da pandemia. Tomando-se por base o menor valor pago - R$ 150,00 -, estima-se que R$ 52,3 milhões sejam injetados na economia local, valor expressivo para fomentar especialmente o comércio e os serviços.


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Para além de fazer girar a economia da Baixada Santista neste início de retomada das atividades, importante destacar o que representa o auxílio emergencial para essas famílias, fortemente impactadas pela suspensão ou redução do trabalho e perda de entes para a doença, já que muitos não puderam cumprir o home office justamente por atuarem em funções expostas aos riscos e que não foram interrompidas.


Alguns municípios brasileiros, como Santos, já anunciaram benefícios complementares a essas famílias em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza. Em Santos, 4,9 mil famílias receberão valores entre R$ 120,00 e R$ 240,00 por seis meses, dependendo do número de filhos.


A retomada da economia, com extensão de funcionamento ou abertura gradual das atividades que ainda estavam suspensas, não reverterá de forma imediata o impacto social que a pandemia causou. São mais de 14 milhões de desempregados no País. Além disso, especialistas têm dito que o nível de emprego não voltará aos patamares pré-covid porque muitas empresas faliram - algo como 50 mil em todo o Brasil - e outras encontraram formas de atuar virtualmente. A certeza desse cenário oferece pistas sobre a relevância do auxílio emergencial para essas camadas sociais mais baixas. Porém, a liberação dessas receitas tem começo, meio e fim. Em outras palavras: vai acabar antes do final do ano.


Importante, neste momento, que o Governo Federal mapeie e acompanhe as famílias beneficiadas, não apenas para identificar eventuais fraudes no cadastramento - como ocorreu em 2020 - mas, principalmente, para analisar a reinserção de seus membros no mercado de trabalho.


Por todo o Brasil - Baixada Santista incluída - multiplicam-se movimentos de arrecadação de alimentos e demais produtos para famílias miseráveis. O combate à fome é o item zero de um país civilizado, que entende ser a segurança alimentar a condição imprescindível para o desenvolvimento e o progresso. Ações humanitárias e auxílios em pecúnia são, sem dúvida, a solução emergencial para o drama deste momento.


Porém, essas famílias precisam ser vistas e percebidas mais de perto, para que também possam retomar suas vidas e cuidar de sua sobrevivência quando o país voltar aos patamares de antes. Ou isso ou veremos crescer o saldo de novos miseráveis, alijados do processo produtivo em definitivo. E cada vez mais dependentes do Estado.


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