Os inúmeros relatos entre familiares e colegas de trabalho e as notícias constantes na imprensa de golpes financeiros mostram que o País passa hoje por uma epidemia desses crimes. São práticas que mesclam o efeito surpresa, por meio de um simples telefonema a qualquer momento do dia, o desconhecimento da grande maioria sobre os cuidados com seus dados pessoais e, do outro lado, criminosos que se adaptaram rapidamente às novas tecnologias.
A resposta para isso é divulgar quais são as principais táticas usadas pelos bandidos para enganar a população. Na edição de ontem,
A informação, entretanto, não é a única forma de combater esses golpes. As empresas do mercado financeiro – como o próprio Banco Central já cobrou com a explosão de crimes com o sistema Pix – devem investir em tecnologias para dificultar a ação dos bandidos.
Os bancos dependem do cuidado individual dos clientes com seus números de segurança e dados pessoais, mas o meio digital, que propiciou tanta baixa de custos ao setor financeiro, como a redução de agências e a disseminação de aplicativos, precisa ser melhor protegido, até para não abalar a confiança em seu bom funcionamento.
Trata-se de uma medida muito complexa, pois o grande atrativo aos métodos modernos e aplicativos é a rapidez com o uso do CPF e senhas para consumar uma operação bancária. A população fica vulnerável até pela resistência a tomar medidas de segurança.
Os sistemas de dupla verificação ainda precisam ser melhor compreendidos e muitos correntistas não restringem os limites de movimentação pelo Pix na madrugada, uma medida mais voltada para combater roubos de celulares ou sequestro relâmpago.
Outra forma de combater golpes e outros crimes que empreguem meios tecnológicos é enfrentar o vazamento de dados pessoais, com as empresas e setor público assumindo controles mais sofisticados. Há legislações específicas para isso, mas o fato é que o cidadão, na prática, não tem o controle de suas próprias informações, o que acaba levando até a irritantes ligações de telemarketing. Segundo especialistas em segurança digital alertaram, um dos problemas é que o número do CPF, um dado individual e que precisa ser preservado, é usado cotidianamente para acessar sites e serviços específicos do setor privado e de órgãos dos governos.
Portanto, uma série de iniciativas poderia coibir não só golpistas, mas também hackers e assaltantes. A pior consequência é que constantes crimes acabam financiando outras práticas dos bandidos e de suas facções. No fim das contas, economias de uma vida toda podem ser perdidas rapidamente.