Fora do ponto

Tempo do diálogo para “aprimoramento” do transporte passou. População cresce rápido, e economia carece de trânsito ágil

Por: Redação  -  11/05/21  -  08:24
Atualizado em 11/05/21 - 10:14
 Viajar de ônibus é a sina dos economicamente combalidos, cada vez em maior número
Viajar de ônibus é a sina dos economicamente combalidos, cada vez em maior número   Foto: Alexsander ferraz/AT

O transporte coletivo intermunicipal sempre foi problemático na Baixada Santista. Se houve, talvez tenha desaparecido com os bondes entre Santos e São Vicente a época em que passageiros o julgassem satisfatório. Trabalhar, estudar e cumprir outros compromissos em diferentes cidades, de ônibus, também não é barato. Até o início da década passada, ante o valor das tarifas e as facilidades a perder de vista para comprar um veículo, milhares escolheram a segunda opção. O trânsito piorou. Nem assim o Governo Estadual dotou de atrativos o sistema público de deslocamentos. Viajar de ônibus é a sina dos economicamente combalidos, cada vez em maior número.


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Quando se responde a um micro ou pequeno empresário à pergunta sobre o que fazer para ganhar clientela, institutos e especialistas lhe dizem para diversificar seus produtos e serviços, oferecer preços justos, investir em promoções e na comunicação das vantagens daquilo que pretendem vender. Uma diferença desses trabalhadores para os concessionários de transporte interurbano está no fato de não terem concorrência dentro das regiões onde operam. Mas surgiu um oponente feroz: a pandemia de covid-19, que vez por outra deixa em casa fatia considerável de usuários. Nesses vazios operacionais, poderia ter havido manutenção, aquisições, replanejamento de linhas.


Nada feito. E quando se indaga às prefeituras locais — representadas pelo Conselho de Desenvolvimento (Condesb) — como têm cobrado o Estado, a fim de melhorar a vida de seus cidadãos sob o aspecto do ir e vir, ouve-se que há diálogo pelo “contínuo aprimoramento”.


Tem sido, então, uma conversa longuíssima. Há décadas, este jornal noticia perspectivas e sofrimentos nos serviços de transporte regional. Uma grande promessa que se custa a cumprir, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) avança lentamente e nem de longe substituirá por completo os ônibus. No máximo, algumas linhas, para eliminar a sobreposição de trajetos. E está bem distante o tempo no qual chegará a Praia Grande, cidade da Baixada cuja população é a que mais cresce em termos absolutos. Afinal, se realmente começar em 2022 e terminar em 30 meses, apenas em 2025 acabaria a etapa anterior de expansão do VLT, até a Área Continental de São Vicente.


O Poder Público, tanto estadual quanto nas nove prefeituras da Baixada, precisa, o quanto antes, considerar os efeitos da pandemia de covid-19 no tamanho do número de habitantes. Parte dos trabalhadores que vieram da Capital e do Interior em busca de ambiente mais agradável para o teletrabalho deverá se estabelecer na região em definitivo. Afora isso, a população continua crescendo nas periferias, para onde já estavam indo aqueles aos quais a pandemia representou desemprego ou obstáculo para o exercício do trabalho autônomo. Especialistas afirmam que bons sistemas de transporte são vitais para uma economia dinâmica. Que governantes os escutem.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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