Desafio do Parque Tecnológico

Parques tecnológicos não se desenvolvem por decreto. Resultam do estímulo ao conhecimento e ao empreendedorismo

Por: Redação  -  12/05/21  -  09:16
   Parque Tecnológico de Santos
Parque Tecnológico de Santos   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Planejada desde o período em que se pensava que o setor de petróleo iria causar um choque transformador na economia da região, a sede do Parque Tecnológico de Santos ficou pronta quando a realidade mostrou que o segmento petrolífero continua onde sempre esteve – no Rio de Janeiro. Concluído tardiamente, o edifício de sete andares na Vila Nova entregue em outubro continua vazio e sem recursos para sua finalidade original. Agora, desenrola-se uma saga para torná-lo realmente um centro de tecnologia. A torcida é para que Sebrae, universidades, Senai, órgãos públicos e empresas, entre outros participantes, tenham sucesso na parceria que busca dar o devido aproveitamento ao espaço. Caso contrário, o prédio acabará sendo utilizado para outros fins da própria Prefeitura.


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Por vários cantos do mundo e inclusive no Brasil, parques tecnológicos surgiram ao longo das décadas ao redor de instituições de ensino de ponta, como Campinas, São Paulo, São José dos Campos, Recife e o clássico exemplo de San Francisco e o Vale do Silício. No caso da Baixada Santista, apesar de até ter sido traçado um planejamento voltado à integração de iniciativas de base tecnológica nos bairros e Centro santista, fica a impressão de que o parque tecnológico local, para se consolidar, depende apenas de uma sede física. Porém, o edifício deveria ter sido consequência de um processo de proliferação de pesquisas e negócios resultantes do alto conhecimento nos últimos anos.


Não que na região a tecnologia inexista. A Tribuna já publicou reportagens de iniciativas inovadoras, geração de startups, algumas delas agraciadas com aporte de investidores-anjo, e até especialistas em criptomoedas. Hoje a febre do trabalho remoto pode até ajudar a manter aqui profissionais que podem ser levados pela concorrência de São Paulo e de outras metrópoles paulistas por cérebros criativos e empreendedores de inovação.


Que se entenda que parques tecnológicos não se desenvolvem por decreto, pois são resultantes de processos de estímulo ao conhecimento e de vantagens para o empreendedorismo. Aparentemente, o petróleo não é visto mais como âncora da iniciativa. É muito difícil enfrentar o Rio de Janeiro nesse setor, pois lá estão desde os anos 1970 universidades especializadas e sede de petroleiras e seus fornecedores, além de uma logística pronta. Agora, o Sebrae fala em “conexões de pessoas” ou transformar a sede da Vila Nova em um “grande hub de conexão de pessoas”. Conclui-se que a ideia é dar ao espaço capacidade de maior abrangência econômica, com propostas para transportes, finanças, indústria e muitos outros filões simultâneos. Não é tradição do País investir em ciência, a base da tecnologia, mas se a comunidade local se unir e descobrir brechas para aproveitar bem ao lado o maior e mais variado centro de produção e consumo no Hemisfério Sul, São Paulo, terá resultados nos próximos anos.


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