Desafiador, com oportunidades

Existe uma aposta nos ganhos de eficiência com o uso intensivo de tecnologia, forma de sobrevivência à pandemia

Por: Redação  -  23/01/22  -  06:30
  Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Este começo de ano tem se revelado dos mais difíceis para o empreendedor ou o cidadão comum com algum plano de consumo, como carro, moradia ou uma simples troca de móveis. Os indicadores – emprego, inflação e juros – e fatores internacionais passaram por uma deterioração muito intensa nos últimos meses, são desanimadores e impõem muita atenção.


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Porém, na economia não se pode olhar apenas para o curtíssimo passo. E sob essa perspectiva, as águas podem ficar menos turvas e oportunidades tendem a aparecer. Se, por um lado, a alta dos preços bateu a casa dos 10% ao ano em dezembro, a taxa básica do Banco Central, hoje de 9,25%, deverá rondar os 12% até maio.


Nesse mês, com juros tão acentuados, economistas acreditam que a inflação vai começar a ceder. O petróleo entra como um fator favorável aos aumentos, pois os combustíveis têm a capacidade de disseminar a subida dos custos por toda a economia. Mas se não ocorrerem maiores riscos geopolíticos, como o ataque com drones a refinarias no Oriente Médio na semana passada, o crescimento mais lento da China deve desestimular a valorização do barril.


Como se estima que a Selic leve pelo menos seis meses para fazer efeito nas atividades reais da economia, a expectativa em meados do próximo semestre será de recuo de juros, um fator importante para a retomada da produção. Além disso, os economistas esperam que a taxa de desemprego, no ano passado entre 13% e 14% e agora a 12%, manterá sua tendência de queda. Só não recuará mais depressa porque os juros básicos inibirão investimentos em larga escala.


Outros pontos também podem ajudar a economia, como o Refis, a renegociação de débitos com a Receia Federal, desafogando o caixa das pequenas empresas, importantes para a geração de empregos. Há ainda a possibilidade da seca nos estados do Sul ceder às chuvas e melhorar os ganhos do País com a soja e o milho, estimulando as exportações.


Aliás, no comércio exterior, o País encerrou o ano passado com o melhor saldo da balança comercial, de US$ 61 bilhões, que poderá se repetir em 2022. O Brasil mantém forte venda de carnes à China, ainda que perca alguma cifra com commodities se o país desacelerar. Entretanto, se a pandemia ceder e as economias mais ricas adiantarem suas retomadas, haverá maior dinamismo na exportação de produtos industrializados e serviços ao exterior.


Para que a economia interna ganhe tração, é preciso que a vacinação contra a covid-19 atinja toda a população, forma de impedir que o coronavírus limite a recuperação dos serviços, em especial o turismo, que gera muitos empregos.


Há outros setores a se recuperarem, também dependentes da vacina, como a educação. Paralelamente, existe uma aposta nos ganhos de eficiência com o uso intensivo de tecnologia, forma de sobrevivência à pandemia e que se espera que continue para acelerar o avanço das empresas e do cidadão.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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