
( Foto: FreePik )
O Grupo Tribuna finalizou esta semana o terceiro e último fórum da Agenda ESG, uma iniciativa que cumpriu sua segunda edição, com envolvimento de empresas, empresários, especialistas, acadêmicos e militantes nos três eixos dessa sigla: E (ambiental), S (social) e G (governança). Para além de esclarecer conceitos e deixar evidentes os caminhos que já vêm sendo trilhados pelas grandes corporações, os três encontros serviram para escancarar que, definitivamente, esse não é um movimento passageiro, um modismo ou nuvem de fumaça que logo será dissipada. Pelo contrário, vem ganhando força dentro das organizações frente à necessidade cada vez maior de mostrar transparência e alinhamento com os desafios que o mundo impõe à sociedade, empresas incluídas e protagonistas dessa transformação.
O eixo ambiental é o que mais espaço ganha na mídia, uma vez que os desafios já estão presentes e visíveis em todos os países, como os impactos pelas mudanças climáticas, especialmente. Porém, o eixo social, que diz respeito a tornar o ambiente interno das empresas um reflexo do que é a própria sociedade, ainda parece distante da realidade. Nesse campo da sigla ESG, o gargalo ainda é abrir espaço para a diversidade, nos quesitos raça, gênero, religião, e não apenas na quantidade de vagas, mas para os cargos de liderança. Especialistas e consultores apontam como maior desafio a criação de uma política de metas claras e exequíveis no tempo proposto e, principalmente, a adesão da alta liderança a esses princípios, para que percorram toda a cadeia produtiva de forma fluida.
Por fim, o eixo G, de governança, vai ampliar dentro das empresas a necessidade de dar cada vez mais transparência a seus atos, disponibilizar informações relevantes ao público externo, acolher e encaminhar com soluções assertivas denúncias de assédio, preconceito ou qualquer tipo de desvio de conduta. Além disso, a governança pede a criação de instâncias intermediárias de poder, que acompanhem e fiscalizem os atos administrativos e financeiros de presidentes e diretores.
O ciclo de debates também deixou evidente que essa não é uma política apenas para grandes empresas ou corporações avaliadas em bolsas de valores, mas para todo o leque do setor privado que, em algum momento, será alcançado pela necessidade de promover ajustes em seus ciclos produtivos, em sua maneira de lidar com os recursos naturais, seus compromissos sociais com o público interno e externo. Essa é uma certeza que afasta a ideia de superficialidade ou não-perenidade do ESG. No Brasil, empresas de porte médio já vêm sendo impactadas por esse movimento justamente por integrarem a cadeia produtiva de grandes marcas. Como ratificaram os especialistas no tema: a sociedade, cada vez mais exigente, pressiona as empresas, e essas pressionam os governos. Esse pode ser o caminho para uma sociedade, de fato, mais justa e em equilíbrio com o meio.
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