Autonomia e crescimento

Governos devem atuar pelo desenvolvimento socioeconômico, mas, devido à pandemia, precisam de ajuda. O Sebrae pode ser útil

Por: Da Redação  -  15/02/21  -  09:00

Agora que começa a vacinação contra a covid-19, enfim se parece entender a máxima pela qual saúde e economia andam juntas. Líderes empresariais ouvidos por este jornal na última semana avaliam que o avanço na imunização ajudará na retomada de investimentos e empregos, ambos reduzidos fortemente por causa da pandemia.


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As vacinas, contudo, não serão saída milagrosa, nem para interromper a transmissão do coronavírus, nem para estimular a economia. Das lições deixadas pela doença e por seus efeitos, uma delas é a de que o reerguimento será mais rápido se governos estiverem preparados para ajudar empresas e quem planeja negócios próprios.


A necessidade de governos que trabalhem pelo desenvolvimento socioeconômico foi provada no ano passado. Programas federais e de caráter emergencial para renda e manutenção de empregos, custeados com aportes bilionários oriundos dos cofres públicos, impediram tombo ainda maior na atividade econômica nacional em 2020.


A questão é que não se poderá contar para sempre com esses auxílios, ainda que necessários: falta dinheiro. Outra tarefa do Poder Público é permitir, de maneira simplificada, que empreendedores de todos os níveis, do industrial ao microempresário, desenvolvam iniciativas, empreguem, produzam, gerem renda, enriqueçam o País.


Conhece-se, porém, a peculiar e anedótica burocracia do Estado brasileiro. Uma oportunidade de driblá-la, se não de vencê-la, surge com o Plano de 100 Dias, instituído pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e voltado a gestores públicos.
A iniciativa tem como objetivo mobilizar governos a adotar e executar políticas públicas para favorecer o empreendedorismo formal. Assim, recolhem-se impostos para diferentes níveis governamentais e se asseguram proteção social e acesso à aposentadoria a quem trabalha por conta — sem contar a base sólida para expansão de empresas.


A coordenadora de Políticas Públicas do Sebrae, Manuela Colombo, afirmou para A Tribuna, em reportagem publicada na edição de ontem, que articuladores de políticas públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) trabalharão com o escritório regional do Sebrae em São Paulo. Juntos, estarão à disposição de prefeituras.


Na Baixada Santista, pelo menos cinco municípios declararam compromisso de seguir o plano. Será importante entenderem que não se trata, nem poderia ser, uma imposição do Sebrae. Mas, neste longo período em que tem sido fundamental garantir assistência a doentes e mal se pensa em outros assuntos, a iniciativa é um achado.


Pode-se crer que, no caso de as prefeituras participantes do plano absorverem os conceitos dele, serão capazes não só de colaborar na criação de negócios, mas na permanência e no estímulo dos já existentes. Mesmo governos prestariam serviços mais eficazes ao cidadão. Em suma, menos burocracia, com mais autonomia e crescimento.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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