A vacina protege. É fato

A tarefa do estímulo federal à imunização está a cargo do ministro Queiroga, que nesse sentido ainda caminha sozinho

Por: Maurício MartinsDa Redação  -  06/05/21  -  07:54
  Foto: Jordana Langella/ AT

Em um dia de fatos tão tristes, com assassinatos de crianças, a morte do comediante Paulo Gustavo, a continuidade das revelações sobre o caso do menino Henry e os 27 óbitos pela covid-19 na região em 24 horas, chegou a excelente notícia dos efeitos da vacina sobre a faixa dos 80 anos. Em abril do ano passado, esse grupo era responsável por 52% das perdas de vidas por covid-19 em Santos. Agora, os mortos acima dos 80 correspondem a 10% do total. Trata-se do resultado claro da vacinação – seus efeitos são indiscutíveis. Se esse dado demonstra o acerto do Governo do Estado em investir no imunizante da Sinovac, por outro lado mostra como o Governo Bolsonaro errou ao menosprezar as vacinas.


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Se o Ministério da Saúde tivesse desde agosto se prestado a assinar contratos com as farmacêuticas globais, como a Pfizer se dispôs no começo do semestre passado a ofertar 70 milhões de doses, o patamar atual da pandemia seria bem menos assustador. Simultaneamente o Brasil poderia estar em um outro momento, o de reabertura da economia a um nível mais próximo do verificado agora nos Estados Unidos, Israel, Europa e Austrália, entre outros países.


Na semana passada, A Tribuna também deu a animadora notícia de que o registro de mortes acima das faixas dos 60 e 70 anos também de Santos está em queda. Conforme a reportagem do último dia 30, os óbitos a partir dos 60 recuaram 15% no mês passado em relação a março e, além dos 70, caíram 42%.


Ficou a ressalva de que esse resultado, segundo infectologistas, não pode ser integralmente associado à vacinação porque essas faixas ainda não foram totalmente imunizadas e que as novas cepas do vírus se disseminaram mais mortalmente fortemente entre os jovens.


A CoronaVac, tão negligenciada pelo governo, agora é responsável por 84% das vacinas ofertadas no País. Sem ela, a falta de imunizantes seria bem mais assustadora em pleno pico da doença. Há poucos meses, chocavam os dados diários acima de mil óbitos por dia no País.


Depois de superar os 4 mil registros recentemente, nos últimos dias as autoridades respiram aliviadas porque o número tem ficado entre 2 mil e 3 mil. O País, ao longo deste mês, deve acelerar a vacinação com o aumento da produção do imunizante da AstraZeneca pela Fundação Oswaldo Cruz e da chegada dos primeiros carregamentos da Pfizer.


Mesmo assim, o Brasil precisa mirar nos resultados dos melhores exemplos do mundo em vacinação, como Israel, que em alguns dias da semana passada registrou menos de dez mortes e até nenhuma. Já nos EUA, do pico de 4 mil mortes em janeiro, ontem eram 890.


té o momento o presidente Jair Bolsonaro continua a negar a própria vacinação, servindo de exemplo para seus seguidores e brasileiros inseguros com o imunizante. A tarefa do estímulo federal à imunizaçãoes tá a cargo do ministro Marcelo Queiroga, que nesse sentido ainda caminha sozinho.


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