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Editorial A Tribuna

Freio no ritmo de nascimentos

Mesmo com mudanças socioeconômicas e tecnológicas, o País não consegue acelerar as melhorias na educação, saúde e segurança pública

ATribuna.com.br

18 de maio de 2025 às 08:04
(FreePik)

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A pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre nascimentos confirma mudanças importantes na demografia do País, com consequências na economia. O levantamento apontou 2,5 milhões de bebês registrados nos cartórios em todo o País em 2023 – apesar de ser um número considerável, se deu com o menor índice desde 1976. O estudo também indicou que as mulheres se tornam mães cada vez mais tarde, como no caso da faixa dos 30 a 34 anos, que correspondia a 14,6% do total em 2003, subindo para 21% em 2023.

Além disso, esses dados avançaram com a pandemia, quando casais decidiram adiar o plano de ter filhos, temendo imprevisibilidades. Passada a covid-19, houve uma recuperação da demanda reprimida, porém, pelas mudanças socioeconômicas e comportamentais, neste último caso, do público feminino, os nascimentos devem consolidar a tendência de recuo.

No mesmo período, houve uma boa notícia – a maternidade na adolescência caiu pela metade, de 20,9% em 2003 para 11,8% em 2023. Entretanto a gravidez entre as menores de 19 anos continua sendo um problema grave nas regiões mais pobres.

A queda das quantidades dos nascimentos permite aos governos planejarem e otimizarem os investimentos em saúde e educação e preparar a formação ao mercado de trabalho. Isso ocorre devido ao bônus demográfico, quando a participação da população infantil e juvenil cai, assim como a do idoso não cresceu ainda, e há a expansão da faixa dos 20 anos. Nesse contexto, existe muita oferta de mão de obra e renda para consumir e menor gasto na área social e na Previdência. O problema é que no Brasil essa fase perde seus efeitos rapidamente, com uma impressionante baixa na natalidade e a aceleração do número de idosos. Assim, o Brasil adquire características demográficas de economias ricas, mas sem ter se tornado um país com perfil de desenvolvimento elevado.

Também há o fenômeno da diáspora brasileira, que é a emigração em grande número de pessoal com bom preparo educacional para países como Estados Unidos, Portugal, Inglaterra e Austrália. Alguns especialistas acham que esse fenômeno nos últimos anos ajudou a reduzir a taxa de natalidade do Brasil, algo que terá continuidade a depender do rigor com os imigrantes se espalhar dos EUA para a Europa e Austrália.

A expectativa do IBGE é que o Brasil atingirá seu topo populacional em 2041 aos 220 milhões de habitantes, frente aos atuais 212 milhões, diminuindo até os 199 milhões em 2070. Já o bônus demográfico perderá seus efeitos antes de 2030, quando uma grande parcela dos brasileiros já será de idosos. O impressionante é que, mesmo com mudanças socioeconômicas e tecnológicas, o Brasil não consegue acelerar um quadro de melhorias na educação e saúde, na formação dos jovens e na segurança pública, condições para que todos possam trabalhar com tranquilidade pelo País.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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