Nem importa o nome do benefício

Pandemia não acontece 'tantas vezes ao ano'; é uma catástrofe mundial e assim deve ser respondida pela civilização

Por: Sergio Pardal Freudenthal  -  25/10/21  -  06:39
 A obrigação do Estado é manter minimamente coeso o tecido social
A obrigação do Estado é manter minimamente coeso o tecido social   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O grande defeito do Auxílio-Emergencial, além dos baixos valores, foi a falta de garantia para os necessitados. Desde a bagatela de 600 reais, cortada pela metade e depois reduzida para 250 reais, o desespero foi duradouro, com a tecnocracia até agora fazendo contas e impondo tetos. Seja Auxílio-Emergencial, Auxílio-Miséria, Bolsa-Família, Bolsa-Brasil ou Bolsa-Reeleição (e ainda tem, por fora, o Auxílio-Diesel), a obrigação do Estado é manter minimamente coeso o tecido social. Assim dispõe a Carta Magna, com nossas instituições, SUS e INSS, orgulhando nosso povo.


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Um governo decente, não só teria providenciado a vacinação em massa, poupando centenas de milhares de vítimas, como daria garantias efetivas aos que necessitassem, não apenas os indivíduos, mas também os pequenos comércio e indústria. Em crises graves como essa, ricos apenas guardam dinheiro, não gastam; o mercado que se move é o dos que precisam gastar, para comer, vestir etc.


Infelizmente o desgoverno atual apostou na “morte dos velhos” e, com a política econômica torpe e equivocada, negou as garantias que devia e criou a corrida maluca: em abril de 2020, com o objetivo de pagamento por três meses, a garantia para os que estavam desprovidas era 600 reais, e 1.200 para as mães chefes-de-família; prolongado por mais dois meses, depois reduzido pela metade e pago até o final do ano; depois de quatro meses de fome, sem receber nada, veio o que o colunista chamou de “auxílio-miséria", 250 reais, reduzindo para 150 reais no caso dos solitários e com o ridículo aumento para 375 reais para as mães.


O pior de tudo é a não-garantia, a miséria foi prometida por quatro meses e teve uma prorrogação até o atual mês de outubro. Correto seria a garantia de uma renda mensal a todos que necessitam até a implantação da vacinação que se possa entender como completa. Além disso, pequenos comércio e indústria precisam de crédito e políticas econômicas civilizadas.


Como o golpe do último 7 de setembro não deu certo, o desgoverno alavanca desesperadamente sua campanha eleitoral, prometendo 400 reais, na substituição do Bolsa-Família. Seria até final de 2022 (também para os caminhoneiros), como se fosse um plano assistencial amplo. Pretendendo deixar de pagar dívidas, complica ainda mais a situação do Brasil no mercado internacional. Logo de cara, não importa como vai se chamar e nem qual é a pretensão escondida. O que temos que lutar é por valores maiores e pela implantação imediata, sem depender dos limites e tetos de tempos normais.


Se estamos alcançando avanços na vacinação, devemos ao STF e ao Senado, com as denúncias colhidas na CPI e o consequente impedimento de falcatruas. A reconstrução da economia nacional também dependerá da recomposição do Estado Democrático de Direito, com muita atenção ao Direito Social.


Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a linha editorial e ideológica do Grupo Tribuna. As empresas que formam o Grupo Tribuna não se responsabilizam e nem podem ser responsabilizadas pelos artigos publicados neste espaço.
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