O turismo como eixo indutor de desenvolvimento regional

Baixada Santista necessita se reerguer e voltar a crescer economicamente

Por: Caio França  -  10/07/19  -  11:13
Atualizado em 19/04/21 - 18:23
  Rodovia dos Imigrantes tem movimento intenso sentido capital neste feriado; confira tempo de viagem
Rodovia dos Imigrantes tem movimento intenso sentido capital neste feriado; confira tempo de viagem   Foto: Reprodução/Ecovias

Na última semana, fiz uma reflexão sobre a necessidade da Baixada Santista se reerguer e voltar a crescer economicamente. Certamente um anseio de todos os que aqui residem, ou que simplesmente desfrutam das belezas naturais. O turismo, como um dos eixos indutores de desenvolvimento desta região metropolitana, merece especial atenção.


A região caracteriza-se pela grande diversidade de vocações, atrativos e atividades presentes nos municípios que a compõem, com destaque para o turismo industrial, técnico, de sustentabilidade e educação ambiental em Cubatão; turismo de pesca em Mongaguá, Peruíbe, Itanhaém e Bertioga, com foco em produtos ligados à referida atividade e à gastronomia; turismo histórico e cultural em São Vicente, Itanhaém e Santos, com sua diversidade de atrativos em aldeias indígenas e quilombolas, área de preservação da natureza e infraestrutura (atividade portuária). Santos abriga, ainda, a sede do Museu Pelé, e possui o selo de Cidade Criativa em Cinema, concedido pela Unesco em 2015.


As vocações da região vão além, como em Praia Grande, com sua vasta concentração de colônias de férias, áreas para o cicloturismo, bem como estrutura de turismo esportivo. Outros potenciais da região são o ecoturismo em Peruíbe e o turismo de aventura na Estação Ecológica da Juréia, que se somam ao turismo de bem-estar e saúde ligados à lama negra e à água sulfurosa. Bertioga abriga a Riviera de São Lourenço, bem como atividades relacionadas à fotografia. Em Guarujá, o ecoturismo nas ilhas desertas é um diferencial competitivo.


Somos conhecedores do imenso potencial da nossa região, e mais do que isso, temos diretrizes claras para onde caminhar. Cartilhas que nos apontam a necessidade de fortalecimento das estruturas de políticas locais de turismo, com ações de fomento à integração da parceria público-privada; articulação planejada de ações de marketing; negociações com operadoras de viagens para a inclusão de roteiros nos pacotes dos cruzeiros que atracam no Porto de Santos; atração de grandes eventos esportivos, náuticos, de aventura e de ciclismo para a região; incentivo ao ecoturismo; estímulo ao turismo de negócios e ao turismo gastronômico, e tantas outras iniciativas que podem favorecer a infraestrutura e os atrativos dos municípios envolvidos.


Um projeto antigo, ainda sem solução, é o Selo Metropolitano de Turismo. Hoje, cada município da Baixada Santista possui procedimentos e tarifas diferentes para o atendimento ao turista que chega em ônibus fretado, seja para passeios de um dia ou durante o fim de semana. A finalidade é eliminar a dificuldade de deslocamento dos visitantes entre as cidades da região de forma a permitir a mobilidade para municípios vizinhos sem burocracia.


A iniciativa consiste na criação de um sistema disponível na internet, inclusive com aplicativo para celular, que possibilite o agendamento de visitas, pagamento de taxa e obtenção da autorização para os passeios desejados. Basicamente um cadastro. Algo simples, sem necessidade de grande expertise, com baixo investimento, e que representaria um grande estímulo, beneficiando vários atores da cadeia produtiva, com impacto no mercado e na experiência do viajante.


Um projeto que está há quatro anos em pauta nas reuniões da Câmara Temática de Turismo do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista. As dificuldades estão diretamente relacionadas ao fato de o trabalho envolver diferentes interesses e esferas do poder público. Nas Câmaras Temáticas, cada agente necessita abrir mão da visão estritamente local para pensar e debater, de forma mais abrangente, problemas comuns a outros municípios. Pensar em estratégias de ação regional de curto, médio e longo prazos.


A Baixada Santista não pode mais esperar. É preciso celeridade e objetividade. Projetos de caráter metropolitano devem ter planejamento e prazos determinados, com começo, meio e fim. Diante disso, essa semana protocolo requerimento junto à Secretaria Estadual de Turismo, órgão que tem assento e representação na Câmara Temática de Turismo do Condesb, para entender as dificuldades que emperram o assunto de prosperar, tendo em vista a importância da temática para a consolidação do turismo como alternativa de desenvolvimento regional.


Também vou requerer o retorno da oitava edição do programa Roda SP para a temporada de verão 2020. Os ônibus percorrem muitos locais de lazer, e por um preço que todos podem pagar. São 22 roteiros que incluem patrimônios históricos, culturais e naturais de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente.


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