Estudantes de medicina e médicos prestam assistência para moradores de rua em Santos

Mais de 50 moradores em situação de rua foram atendidos pelo programa 'Médicos na Rua'

Por: Alexandre Catena Volpe  -  30/07/21  -  17:02
 Estudantes de medicina e médicos prestam assistência para moradores de rua em Santos
Estudantes de medicina e médicos prestam assistência para moradores de rua em Santos   Foto: Arquivo Pessoal

Na noite de ontem (29 de julho), após os termômetros marcarem temperaturas mais baixas dos últimos 7 anos em Santos, Estudantes do curso de Medicina da Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), ligados ao Centro Acadêmico Dr. José Martins Fontes, prestaram assistência médica para mais de 50 moradores em situação de rua, através do Programa “Médicos na Rua”.


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O Programa encabeçado pelos estudantes visa levar atendimento médico, orientações de saúde, roupas de inverno e alimentação para os moradores nessas condições vulneráveis.


Durante a ação, dezenas de moradores estavam sem alimentação, com sinais e sintomas de diversas doenças, como câncer, tuberculose, desnutrição protéica-calórica, além do consumo de drogas como o crack. O programa continuará levando assistência durante todo o ano para toda a população em situação de rua, independente da localização na cidade.


Dados parciais de um censo realizado pela Prefeitura Municipal de Santos e a Unifesp


em 2020, sobre a população de rua na cidade, apontou a presença de 868 pessoas nessa situação. Praticamente um terço (32%) fica na região central e a maioria (59,7%) é paulista, sendo 38,2% nascidos em Santos.


Obviamente morar nas ruas não é uma condição fácil. Há que se lidar com uma série de questões inoportunas como violência, falta de saneamento básico e higiene, a falta de alimentação, a precariedade e o abandono de uma vida confortável em geral. Além disso, a falta do número de camas nos abrigos e albergues públicos, locais destinados a receber pessoas em condição de rua, é um problema crônico na maioria das cidades da Baixada Santista. O inverno rigoroso é um problema grave e são muitos casos de moradores de rua que morrem por conta das ondas de frio. As políticas públicas são de responsabilidade do governo federal, dos estados e dos municípios brasileiros quanto à assistência social para a população em situação de rua no país. As garantias constitucionais de dignidade da pessoa humana e do direito à moradia já colocariam essa responsabilidade ao Estado, mas também foram feitas leis específicas para essa população. Precisamos urgentemente discutir políticas públicas efetivas para auxiliar os moradores, incluindo um programa em recuperação dos usuários de drogas com um trabalho integrado com especialistas, Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), igrejas, associações e o estado. É inadmissível uma cidade com o 6O maior IDH do país com cidadãos vivendo em condições sub-humanas, passando fome, sem um banho e muitas vezes morrendo de frio. Não podemos lembrar da população em situação de rua somente nas noites frias, mas sim em qualquer condição meteorológica. O problema é complexo e será uma batalha diária para reintegrar esses cidadãos.


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