Ricardo Pupo Larguesa: A guerra também é cibernética!

Ele é engenheiro de computação, sócio-fundador da T2S, professor e pesquisador na Fatec Rubens Lara

Por: Ricardo Pupo Larguesa  -  18/03/22  -  10:25
  Foto: Ilustração: Max

Estamos acompanhando aflitamente os desdobramentos da guerra entre Rússia e Ucrânia. No noticiário, fortes imagens de confrontos com tanques, aviões e mísseis. Mortes, miséria e tristeza para aqueles que estão em confronto direto. O dito “ocidente” resolveu não entrar na batalha armada, mas para não ficar omisso atacou onde também dói: na economia!


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Sanções econômicas impostas pelos governos já devastaram a economia da Rússia. Gigantes multinacionais também agiram boicotando e isolando a Rússia, incluindo gigantes da logística. Infelizmente, essas ações afetam mais o povo do que o governo. E, historicamente, sabe-se que podem representar só o começo de um problema maior. Um exemplo histórico é o ataque a Pearl Harbor, motivado por sanções econômicas americanas ao Japão, e que lançou os EUA à guerra.


Mas sabíamos que haveria consequências. A Rússia é grande e ativa na economia global. Commodities encareceram ou ficaram escassas, moedas desvalorizaram, multinacionais tiveram os negócios afetados. O petróleo teve alta substancial, e agora todo o setor de logística será impactado por isso. Aliás, toda a economia mundial o será.


E o que a tecnologia tem a ver com isso? O Leste da Europa é conhecido pelo protagonismo nas guerras cibernéticas e pode haver retaliações a governos e empresas. Grupos como o Anonymous, incomodados com a postura russa, já prometeram ataques cibernéticos, e pode ter certeza que haverá contra-ataques. Soubemos recentemente de possíveis ataques a grandes portais de comércio eletrônico e bancos brasileiros, o que mostra que podemos estar vulneráveis.


Se você atua na área de tecnologia da informação, fique atento e redobre a segurança. Se não atua, provoque o setor de TI da sua empresa. Proteja seus ativos, diversifique seus investimentos e seja precavido, porque é muito difícil prever o comportamento do mercado nessas situações. Criptomoeda, por ter um controle distribuído e descentralizado, é uma boa opção. Mas redobre os cuidados com sua carteira digital.


O lado bom é que esta situação pode ajudar a fomentar o carro elétrico, tão pouco difundido no Brasil. Também tende a potencializar ainda mais a necessidade de digitalização de governos e empresas para reduzir custos e otimizar a gestão da informação de forma mais segura.


O fato, leitor, é que a guerra já está aqui, ainda que num primeiro momento de forma econômica e cibernética. Torçamos para que negociem um término pacífico no curto prazo, mas estejamos preparados.


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