Santista apaixonado por esportes americanos leva torcedores para viagens temáticas nos EUA

Ele monta grupos para acompanhar jogos de futebol, basquete, beisebol e hóquei

Por: Anderson Firmino  -  09/11/23  -  18:54
Atualizado em 09/11/23 - 19:59
Experiências vão além dos jogos; na foto, de 2019, grupo acompanhou partida entre New York Jets e Cleveland Browns
Experiências vão além dos jogos; na foto, de 2019, grupo acompanhou partida entre New York Jets e Cleveland Browns   Foto: Arquivo Pessoal

Não é de hoje que os chamados esportes americanos (futebol americano, beisebol, hóquei, basquete) têm ganhado um público cada vez mais fiel no Brasil. A mobilização em torno de finais da NBA ou o próprio Super Bowl são prova disso. E um santista resolveu fazer dessa paixão crescente um negócio: ele virou consultor de viagens esportivas, direcionadas a quem deseja viver experiências in loco de partidas nos Estados Unidos, por meio do Viajante Esportivo.


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A empresa oferece pacotes de viagens que passam por várias cidades, com foco nos eventos esportivos. É possível curtir, como no próximo roteiro, marcado para o final do ano, 17 dias entre passeios e jogos. A ideia surgiu da vivência de Vinício Grossi, de 41 anos, que, por muitos anos, juntou economias para curtir a América com um olhar de fã de esportes.


“Quanto mais eu ia, mais começava a me atentar para a experiência. Em torno do evento, não do jogo em si. E principalmente em centros menores. Pois em Nova York, por exemplo, o acesso a ingresso é superfácil. É realmente uma atração de turista. Então, eu comecei a ver cidades grandes nos EUA, com uma cultura esportiva muito forte, mas não necessariamente com apelo turístico para quem sai daqui, como Denver, Nashville, Pittsburgh, Cleveland. É como se eu estivesse ali no 'coração dos caras', mais raiz, digamos assim. Portanto, é uma torcida mais vibrante, local, que tem um envolvimento maior com a comunidade”, explica.


Essa foi a oportunidade perfeita para quem começou a curtir o esporte americano ainda na infância. “Passei a trabalhar na época de faculdade, lá com 18, 19 anos. Me programava para, sempre nas minhas férias, viajar para os EUA para assistir a jogos. Ia sozinho e economizava tudo, nem ia para baladas. Juntava minha grana para poder fazer essas viagens”, conta.


Oportunidade

A ideia do negócio surgiu de maneira natural. “Notei que havia espaço para trabalhar com o pessoal além do convencional. Em 2017, eu fiz um piloto, pois tinha uma agência de turismo tradicional e um grupo de amigos que conversava em fóruns de internet. A gente se organizou, eu fiz toda a parte operacional dentro da agência e fomos para Nova York, Filadélfia, Baltimore e Washington. Foi uma experiência muito bacana. A galera curtiu e eu repeti os grupos em 2018 e 2019, que foi o último antes da pandemia”, conta Grossi.


Naquele ano, a viagem foi feita pelo maior grupo: 28 pessoas. Como destino, as cidades de Chicago, Boston e Nova York. “Ela foi bem legal, porque a gente viu a abertura da temporada da NFL”, acrescenta.


Com o fim da agência de viagens, Vinício Grossi passou a manter apenas uma marca, a Viajante Esportivo, deixando a parte de logística para uma agência de turismo de Santos. “Eu desenho os pacotes, eles fazem todo o operacional para mim. Foi assim que procedi no ano passado e foi assim que eu fiz neste ano. Acabei de voltar: em setembro, com oito pessoas, a gente fez Denver, San Diego, Chicago e Nashville”, descreve. Segundo ele, o planejamento adequado também barateia os custos.


Em setembro, grupo esteve em Denver, acompanhando partida da liga de futebol americano
Em setembro, grupo esteve em Denver, acompanhando partida da liga de futebol americano   Foto: Arquivo Pessoal

Ao gosto do cliente

Grossi explica que, na hora de formatar um pacote, usa alguns critérios, como a presença de uma grande metrópole, de apelo turístico. “Eu construo o grupo com as pessoas que realmente têm o interesse de ir. Há muita especulação, obviamente. É natural. O pessoal quer saber como funciona, qual que é o valor etc. Só que a gente vai conversando e constrói os grupos em conjunto, porque eu dependo do calendário da NFL para poder montar a turma. Pergunto qual é o time, o estádio que querem conhecer, e vou juntando tudo, balizado pelo calendário para ter também um roteiro racional. Depois que fecho isso, aí abro para vender para outras pessoas”, observa.


Em breve, um novo grupo deve desembarcar nos Estados Unidos para uma nova incursão esportiva. “Vamos para Nova York, Cleveland e New Orleans. Eu tinha um menino que queria ver um jogo do Philadelphia Eagles (futebol americano) na Filadélfia no Natal; então, a gente vai estar em Nova York, pertinho. Tem um outro que torce pelo (New York) Knicks, time de basquete E uma galera queria ver College Football em New Orleans”, explica o consultor.


Futebol na Europa? Não

Vinício Grossi descarta fazer o mesmo tipo de trabalho voltado para os fãs do “nosso” futebol, com roteiros na Europa, por exemplo. “Sou apaixonado por futebol, sou fanático pelo Santos. Mas é um nicho que eu não quero explorar, porque tem muita gente fazendo. Então, eu seria mais um, brigando com muitas pessoas”, finaliza.


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