Para se reconectar como essencial

Em Atibaia, o acampamento Voador liga pessoas por meio da arte, educação, culinária, permacultura, agrofloresta e outras vivências

Por: Andressa Luzirão  -  05/08/19  -  01:45

Lugar onde o tempo tem outro tempo e tecnologia só a natural e a humana. Onde se reconstrói o sentido de viver em comunidade tendo como preceitos a sustentabilidade, a criatividade e a liberdade.


No desejo de se reconectar com a natureza e de proporcionar vivências ao ar livre na primeira infância de nosso filho, encontramos o Voador Hotel Popup, hospedaria de barracas localizada no Parque Monumento Natural Estadual da Pedra Grande.


Trata-se de uma Unidade de Conservação Ambiental de Proteção Integral, que fica próximo a Atibaia, no Interior, e proporciona experiências lúdicas entre pais e filhos.


Bem no meio do mato, a 1.300 metros de altitude, são 55 hectares de área, dos quais 3,1 mil m² já recuperados por meio do manejo de 43 eucaliptos e plantio de 800 mudas de 47 espécies arbóreas nativas da Mata Atlântica.


Para se desligar


Tudo para o hóspede se desligar por completo de qualquer barulho e paisagem urbana, em um verdadeiro paraíso entre as montanhas. Ali é possível observar e sentir a perfeição da natureza, com seu cheiro, forma e textura, se conectar com o meio ambiente e refletir sobre nossa existência enquanto ser-natureza.


Depois de seguir as instruções detalhadas de como chegar ao local, informadas pela equipe do hotel e passar pela entrada, o hóspede se depara com a paisagem bucólica de um lago, onde é possível andar de jangada de bambu ou caiaque e ainda praticar standup sob raios de sol que aparecem entre as árvores e refletem na água, além de desafiar o equilíbrio nos slacklines existentes.


Ao parar o carro, o gentil Josimar te ajuda a carregar as bagagens até a barraca, onde um papel rústico preso por pregadores dá as boas-vindas à família. Só de ver seu filho pulando de alegria e ver balizando felicidade dentro dele já vale a viagem que, certamente, ficará na memória afetiva de toda a família.


“O Voador é um espaço que une pessoas, cria experiências e promove conexão com a natureza. Queremos desenvolver um ecossistema propício para que as relações sejam ressignificadas. Servir às novas gerações e transformar o contexto atual da educação para proporcionar um processo de evolução humana com amorosidade, consciência e presença”, explica a jornalista e executiva de Marketing Flávia Borghetti.


Ela é uma das idealizadoras do Voador, ao lado da arquiteta e empreendedora Thaís Borghetti e da também empreendedora e incentivadora do turismo na natureza, Roberta Caruso. As três se autodenominam “voadoras”e convidam a todos a “voar” neste olimpo na mata.


Estrelas no céu, trilhas...


Imagine a lua crescente e o céu todo estrelado somados ao silêncio da noite. Não há barulho de veículos nem prédios a esconder a infinitude do Universo.


Com um telescópio especial, é possível apreciar Saturno, ainda que pequeno sobas lentes do equipamento. Essa é uma das atrações que o Voador oferece em sua programação criativa para crianças e adultos, regada ainda a atividades guiadas como ioga. A prática acontece em frente a árvores nativas, para se sentir o cheiro do mato a cada respiração profunda.


Para quem gosta de caminhar ou se aventurar há as trilhas guiadas da Nascente e da Laje – esta te presenteia com um lindo pôr do sol apreciado no alto da Laje do Paturi, uma paisagem que parece obra de arte. Próximo ao lago, um redário e algumas barracas extras de uso comum para quem quiser tirar um cochilo pela tarde.


Há também o cinemato, sessão de cinema ao ar livre para os hóspedes, que têm à disposição cobertores para se esquentar junto à fogueira, sempre acesa nas tardes e noites frias de apresentações musicais ou no piquenique realizado em um deck. Tudo acompanhado de muito pão de queijo, milho, pipoca, bolos, sucos, café, leite e chá bem quentinho.


O momento é propício para o bate-papo entre as famílias. Aliás, o tempo inteiro essa troca acontece: nas refeições, no tempo livre para fazer o que quiser ou nas atividades, que sempre se iniciam com o toque de um sino instalado no galpão central.


Ele é um código de comunicação estabelecido naturalmente com os hóspedes. Nessas horas, as crianças correm para saber o que vai rolar de atividade – e seu filho de 4 anos, curioso, vai te perguntar:“O que tem agora, mamãe?”.


A programação é criada cuidadosamente pela equipe. “Todos os finais de semana temos uma agenda com atividades guiadas e livres, que são habituais. Em alguns fazemos uma programação especial, somada a essa agenda. As oficinas são variadas e pensadas com carinho a partir do perfil e faixa etária de quem nos visita”, conta Flávia.


Uma delas é a de construção de instrumentos musicais com materiais recicláveis. Seu filho vai adorar criar seu próprio chocalho, por exemplo, e ainda ouvir o som do vento que surge de movimentos circulares feitos com um simples cano de plástico maleável.


Há ainda o Viveiro-Escola Voador com plantio de mudas nativas, manejo da agrofloresta, passeio sonoro pela mata, queda d’água e muitas, muitas árvores, algumas delas com balanços utilizados por crianças e adultos.


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