Olha o trem...

Nos tours pela Europa, uma paisagem mais deslumbrante que a outra

Por: Marcelo Santos & Da Redação &  -  24/09/19  -  01:54
Olha o trem...
Olha o trem...   Foto: Marcelo Santos

Na última parte de nosso tour de trem pela Europa, rodamos da Suíça para o Norte da Itália, e de lá para a Riviera Francesa e, depois, Barcelona e Madri. Neles, as estações são o melhor ponto de partida para descobrir alguns dos mais belos destinos junto ao Alpes e ao Mediterrâneo.


De quebra, há algumas companhias que oferecem passagens especiais, como é o caso de Cinque Terre, as vilas com casinhas coloridas à beira de penhascos junto ao mar na Riviera da Ligúria.


Em Cinque Terre, aliás, há passe de um dia que permite viajar entre Riomaggiore, Manarola, Corniglia, Vernazza e Monterosso e Levanto. Basta sair de trem bem cedo de Gênova ou La Spezia e ir parando uma a uma até o pôr do sol, o espetáculo final.


Na Riviera Francesa, hospede-se em Nice, a cidade mais barata. De um lado, a dez minutos, está Mônaco. Com um caminhada de dez minutos dá para chegar ao famoso cassino.


Em Mônaco, verá inúmeras Ferraris e iates gigantescos, caminhará pelo túnel da Fórmula-1 e passará pelo tímido jardim em homenagem a Grace Kelly. O principado é quase todo na encosta, mas caminhe bastante e retorne no mesmo dia de trem.


No dia seguinte, vá para Cannes e ande no calçadão da La Croissette, a praia da cidade do festival de cinema, onde está a sede do prêmio. Vá à loja de suvernires. A poucos passos está a Cannes antiga.


Aproveite o trem para ir a Antibes, mais calma, mas igualmente rica e infestada de iates deslumbrantes. Ela tem um forte antigo junto ao mar de azul incrível. No sentido contrário, siga para a cidade antiga, que fica sobre uma longa muralha à beira-mar. Visite o Museu Picasso e atravesse a rua. Mas cuidado. Os muros são baixos e os mais desavisados podem despencar na água.


Na Suíça, o trem leva a todos os cantos, na maioria das vezes com aquelas montanhas verdes impecáveis ou com neve, dependendo da época do ano. Pode-se chegar de avião a Genebra e Zurique, e daí elaborar sua rota.


Lucerna, cidade com pontes medievais e rio com águas dos Alpes, leva até o Monte Pilatus, onde estaria enterrado Pôncio Pilatus, conforme a lenda local, e também esconderijo de um dragão. Suba a montanha e veja lá do alto as cidades à margem dos lagos.


Se ficar em Interlaken, visite Spiez, Thun, uma das mais belas cidades suíças, e o Jungfrau, o topo dos Alpes, onde há um resort de neve (ele fica branco o ano todo). Lá em cima, você não terá problemas com a língua, pois boa parte dos funcionários é português.


Fique também em Lausanne, à margem do Lago de Genebra ou Leman. De trem, dá para ir pela manhã a Genebra e visitar a coluna de água. No sentido contrário está Montreux, caríssima. Caminhe pela orla toda ornamentada pelos jardins floridos e obras de arte. Bem no meio do calçadão da orla está a estátua de Freddie Mercury, adornada com flores de fãs. O Queen, que tem um museu lá, gravou trabalhos no Mountains Studios de Montreuxe Mercury é o xodó da cidade.


Dormir na cidade é muito caro. Fique em Lausanne, próximo à estação, e volte a Montreux no outro dia. Para completar o passeio, alugue um carro e dirija pela estrada da montanha, garantido uma vista deslumbrante da região.


Mais algumas opções no cardápio


De Montreux, vá para Milão, viagem de três horas. No trajeto, cruzará montanhas com neve e os lagos do norte italiano, como o Maggiore. Fique alguns dias em Milão e use de novo o trem – as opções são inúmeras. Por exemplo, Verona, por algumas horas, para visitar a casa de mentirinha de Julieta e a arena romana de 2 mil anos, e retorne ao trem para chegar a Veneza.


Há tantos lugares famosos, mas este repórter foi de Veneza direto para Florença. Hospede-se por alguns dias para degustar a maior concentração de obras-primas por metro quadrado do mundo – como Davi e obras inacabadas de Michelângelo, na Academia. Vá à Galeria Uffizi e veja de perto a Medusa, de Caravaggio.


O trajeto pela Itália, antes de chegar à Riviera Francesa, se encerrou em Gênova. Na cidade, mergulhe nas ruas apertadas da cidade antiga. Os prédios são velhos, alguns caindo aos pedaços, mas o trash é a graça do lugar. Vá aos restaurantes e divirta-se nos bares. Não se assuste com o aspecto sombrio.


Cruzando a Riviera Francesa, chega-se a Marselha. Caminhe pelo centro antigo e visite o cais, a catedral e o forte transformado em museu. Vale a pena dormir na cidade, uma das mais antigas da Europa e marcada pela imigração argelina e da costa oeste africana.


Se quiser estender a viagem, siga para a Espanha. Comece por Barcelona. Devido aos atentados terroristas, principalmente na estação Atocha, em Madri, há muito rigor com a bagagem. Se tiver mais tempo, além da capital, vá de trem para Sevilha e outras tantas cidades famosas. Não vai se arrepender!


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