‘Megaeventos’ deixam de ser prioridade

Encontros de menor tamanho são tendência

Por: Da Redação  -  05/07/20  -  19:40
Novo Centro de Convenções, na Ponta da Praia, deve dar importante impulso ao negócio de feiras
Novo Centro de Convenções, na Ponta da Praia, deve dar importante impulso ao negócio de feiras   Foto: Matheus Tagé/AT

A imagem de longas filas para entrar num pavilhão ou centro de convenções, para participar de alguma feira ou evento importante, por enquanto está congelada na memória da vida pré-pandemia de coronavírus. É certo que, em alguns momento, os megaeventos capazes de mobilizar multidões, retornem. Mas a aposta em encontros de tamanho menor. 


De acordo com Toni Sando, essa é uma tendência que já vinha dando sinais mesmo antes do Covid-19. “O que a gente tem, a princípio, é entendido que, com a restrição de quantidade de pessoas e de espaços, os eventos tendem, naturalmente, a serem menores. Temos percebido, não pela pandemia, mas como tendência de mercado”, analisa.


Na sexta-feira (3), o Plano São Paulo de reabertura da economia, do Governo do Estado, liberou as realização de eventos com público sentado, com controle de acesso e lugares demarcados, com público sentado, com controle de acesso e lugares demarcados.


Para Sando, a realidade dos megaeventos é algo ainda muito distante, especialmente após a reabertura. “O modelo de um grande pavilhão fechado com um grande evento talvez não seja o mais indicado. Havíamos perdido muitos grandes eventos em São Paulo por causa de agenda. O movimento para conseguir mais eventos a curto prazo vai ser mais complexo, sem dúvida. Mas ninguém constrói um pavilhão, um centro de eventos, para o curto prazo”.


Já Eduardo Sanovicz, por sua vez, traz um número que mostra a força dos eventos de tamanho menor. “Cerca de 65% dos eventos que acontecem neste planeta nos de 500 pessoas. Esse tipo de público possui tíquete médio mais alto, que vem por meio de uma viagem organizada, o que acaba agregando muito mais impacto no conjunto da cadeia produtiva: hotelaria, gastronomia e atrativos, tanto culturais como naturais”.


"As pessoas, quando falam de eventos, e é natural que isso aconteça, se referem a megeventos. Carnaval é um evento. Hotelaria não vive de Carnaval. Ela vive de um conjunto de eventos que acontecem ao longo de um ano inteiro”, complementa.


Presidente do Bureau santista, Leonardo Carvalho vai na mesma linha. “A pauta de eventos não está em nenhuma linha de restrição nem da Prefeitura, nem dos governos estaduais. Então, a gente está buscando o protagonismo desse segmento para poder fazer a reabertura assim que possível”.


Esse processo de retomada já tem um encaminhamento. Ele confirma para outubro um congresso de medicina para cerca de 500 pessoas que está de pé, além do evento das cidades criativas da Unesco. “Ele ainda está confirmado para o segundo semestre de 2020. Mas tem eventos esportivos sendo conversados, assim como médicos e corporativos”.


Velho normal


Com longa vivência no setor, Toni Sando admite que o futuro dos eventos não está totalmente consolidado. E torce para que algo do “velho normal” seja restabelecido futuramente. “Não dá para saber se os eventos serão ou não da mesma maneira. Terá um compasso reduzido, mas essa coisa híbrida, com parte online e outras presenciais. A longo prazo, esperamos que tenha pessoas olho no olho, tomando cafezinho no foyer de qualquer pavilhão e fazendo bons negócios”. 


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