Maior navio a atracar no Porto de Santos chega em dezembro

A contagem regressiva para a chegada do navio MSC Seaview já começou.

Por: Alexandre Lopes  -  29/10/18  -  21:16
  Foto: Divulgação/MSC

O Porto de Santos receberá, no dia 6 de dezembro deste ano, a inauguração do maior navio turístico a aportar, na história, em território brasileiro. A cerimônia do recém-lançado MSC Seaview, que reunirá autoridades e celebridades no litoral de São Paulo, marcará o início da temporada de cruzeiros 2018-2019 no Brasil.


O navio foi inaugurado no dia 9 de junho, em Gênova, na Itália, com a tradicional presença da atriz italiana Sophia Loren, madrinha de toda a frota da MSC Cruzeiros, Zucchero Fornaciari, um dos maiores músicos de música rock blues na Itália e da atriz, cantora e modelo Michelle Hunziker como mestre de cerimônia. No fim da solenidade, Sophia Loren realizou o tradicional corte da fita para batizar o navio.


Por aqui, a apresentadora Xuxa Meneghel, madrinha brasileira dos navios MSC, fará o corte da fita inaugural nos portos de Salvador, Rio e Santos.


A embarcação faz parte do plano de expansão da armadora que, até 2026, pretende investir mais de R$ 40 bilhões na construção de uma nova frota. Anteriormente, já haviam sido inaugurados o MSC Meraviglia e o MSC Seaside.


O navio deverá chegar ao Brasil no dia 2 de dezembro, em Salvador. Assim que atracar na cidade, ocorrerá a cerimônia de troca de placas, realizada sempre que um transatlântico chega a uma cidade pela primeira vez. A mesma solenidade ocorrerá, em seguida, no Rio de Janeiro. Após isso, o navio partirá para Santos.


Navio foi inaugurado pela madrinha da frota MSC Cruzeiros, Sophia Loren
Navio foi inaugurado pela madrinha da frota MSC Cruzeiros, Sophia Loren   Foto: Alexandre Lopes

De acordo com o diretor-geral da MSC no Brasil, Adrian Ursilli, o porto santista receberá uma grande festa. Muitos detalhes, porém, ainda são mantidos em sigilo. “Será algo encantador para todos os participantes. Santos será o principal porto de embarque nacional para esse novo navio, com alternativas para Sul e Sudeste. Já posso adiantar que a embarcação voltará na temporada seguinte devido ao grande sucesso”, afirma.


Uma das maiores preocupações da armadora, com a chegada do novo navio, continua sendo a questão do sucateamento dos portos brasileiros. Especialistas ouvidos afirmam que já há melhorias no setor, mas ainda é necessária uma política mais estruturada com a redução da burocracia e, principalmente, uma maior competitividade nos serviços portuários.


“A percepção dos órgãos, depois da retração da economia, mudou. Geramos muitos empregos e capital. Por isso, governadores e prefeitos estão ajudando bastante. O objetivo é melhorar a operação. O Porto de Santos ainda precisa avançar. O alinhamento do cais, esperado há vários anos, ainda não ocorreu. Precisamos reduzir a burocracia, já que isso, no Brasil, é um impeditivo. O Brasil, porém, é um dos nossos principais mercados estratégicos”, afirma Ursilli.


A interpretação de Ursilli é a mesma do CEO da MSC, Gianni Onorato. "Precisamos ficar atentos com a situação econômica do Brasil. Na próxima temporada estaremos em novos portos, como o de Itajaí. Temos que manter conversas sérias, sempre, sobre o Porto de Santos. A ideia é que ele continue sendo o nosso principal. Mas, por outro lado, precisamos que ele receba melhorias, que atendam melhor os passageiros", complementa.


Os problemas no Porto de Santos se referem, em grande parte, a questão da dragagem. Os navios da MSC, por exemplo, encontram dificuldades para atracar no Terminal Marítimo de Passageiros Giusfredo Santini (Concais), já que a profundidade gira em torno dos 10 metros.


Atualmente, essa questão é responsabilidade do Governo Federal, mas um grupo de empresários briga para que a administração passe, o quanto antes, para a iniciativa privada, abrindo as portas de Santos para navios cada vez maiores, o que contribuiria com a economia do país.


A importância de Santos, destacada por Onorato, é confirmada por números. Nos últimos 15 anos, mais de 2,2 milhões de pessoas embarcaram no Brasil em navios da armadora e, a grande parte desses embarques, foi feita por Santos. Apenas na última temporada, entre novembro do ano passado e abril desse ano, mais de 214 mil pessoas embarcaram, representando um crescimento de 40% em relação ao período anterior e a volta do crescimento do setor. Com a chegada do Seaview, a expectativa é de um crescimento de 13% nesta temporada.


Maior navio a atracar no Porto de Santos chega em dezembro (Foto: Divulgação/MSC)

O navio


Segundo Ursilli, o novo navio foi construído exclusivamente para navegar em regiões de climas quentes e tropicais, como o litoral brasileiro. “É uma experiência mais próxima ao nível do mar. É justamente por isso que acreditamos que o navio agradará os brasileiros, que estão acostumados com esse tipo de clima e poderão ter mais espaços a céu aberto”, explica.


O Seaview, assim como o ‘gêmeo’ Seaside, conta com uma grande estrutura. Além de vários restaurantes com uma extensa variedade de cardápios, uma das principais atrações é uma ponte de vidro transparente, a mais de 40 metros de altura, que proporciona uma vista surpreendente de tudo o que acontece nos primeiros decks da embarcação. Na parte de entretenimento, um simulador que envolve uma competição entre seres-humanos e zumbis é uma das atrações mais procuradas pelos hóspedes, assim como a tirolesa em alto mar.


“Adaptamos a embarcação aos brasileiros. São muitas atividades para adultos e um espaço enorme de diversão para crianças a partir dos seis meses de vida. Sabemos que os brasileiros gostam muito de música e, por isso, desenvolvemos espaços que são capazes de agradar todos os gostos durante qualquer hora de dia”, explica Onorato.


Área externa no navio MSC Seaview, inaugurado no dia 9 de junho em Gênova, na Itália
Área externa no navio MSC Seaview, inaugurado no dia 9 de junho em Gênova, na Itália   Foto: Divulgação/MSC

Com a chegada do navio ao Brasil, a preocupação vai além do entretenimento. Toda a questão que envolve a gastronomia da embarcação precisou ser repensada para atender o novo público que, em geral, não está acostumado com o paladar europeu. Na parte dos doces e da panificação, o responsável é o chef Luís Vilela.


“Precisamos dar um estilo brasileiro. Temos que oferecer coisas diferentes como quindim, um brigadeiro e um pão de queijo, que não existem na Europa. O paladar é muito importante para os brasileiros. São servidos quase 25 mil doces por dia e usamos uma tonelada de farinha para produzir tudo isso. Brasileiro gosta de coisas tradicionais”, diz.


De acordo com o presidente da companhia, Pierfrancesco Vago, o navio é um dos mais modernos e estáveis que já foi fabricado. “Além disso, pretendemos empregar mais de 38 mil pessoas nos próximos anos. Por isso, é necessária uma reciclagem dos profissionais, para que estejam aptos a trabalhar conosco. Até 2026 ainda entregaremos outros nove navios”, finaliza.


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