Empresas de turismo respiram com retomada econômica após restrições da pandemia

Clientes voltaram, mas inflação e dólar ainda atrapalham

Por: Ágata Luz, enviada a Olinda (PE)  -  26/09/22  -  17:36
Abav Expo aconteceu em Olinda
Abav Expo aconteceu em Olinda   Foto: Ágata Luz/AT

Depois das perdas nos períodos mais restritivos da pandemia, entre 2020 e o ano passado, as empresas do setor de turismo aceleram a retomada. Segundo executivos que participaram da 49ª Abav Expo, evento da Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav), realizada em Olinda (PE) na semana passada, há muita demanda reprimida – quem não viajou, pretende fazê-lo agora.


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Porém, conforme os relatos, há entraves, como empresas turísticas endividadas devido às restrições na pandemia e efeito da inflação nas passagens.


Consultoria do segmento de hoteís, a Índigo nota um cenário atual de recuperação. “O mercado deu uma aquecida com o fluxo de viagem tanto de lazer como corporativo. O lazer sinalizou uma reação antecipada, enquanto o de negócios ainda sofre para retomar atividades principalmente pelo custo dos aéreos”, diz o diretor da Índigo, Ricardo Assalim.


No entanto, ele diz que o período é de recuperação, já que houve muito prejuízo no tempo em que as redes hoteleiras ficaram sem receita nenhuma. Desta forma, a estratégia adotada pelos hotéis para chamar atenção dos clientes e se destacar no mercado tem sido apostar em pacotes. “Existe pouca margem para promoção em tarifa, então cria-se pacotes com atividades e benefícios”.


Diretor da Índigo conta estratégia de hotéis, enquanto presidente da ATTR se preocupa com cenário do Jalapão
Diretor da Índigo conta estratégia de hotéis, enquanto presidente da ATTR se preocupa com cenário do Jalapão   Foto: Àgata Luz/AT

Jalapão
Por outro lado, o presidente da Associação Tocantinense de Turismo Receptivo (ATTR), Fernando Torres, diz que o cenário é de preocupação na região turística de Jalapão neste ano. Isso porque os consumidores que ficaram um tempo sem poder sair de casa decidiram viajar para a região de uma só vez no ano passado.


“Teve um ‘boom’ de pessoas depois de nove meses fechado, mas ainda há empresas com dificuldades, pois pegaram empréstimos e financiamentos durante as restrições e lutam para pagar as contas enquanto atualmente há uma queda de mercado por conta do preço da passagem aérea”.


Segundo o representante das empresas turísticas de Tocantins, o cenário aponta para uma queda de 30% do turismo na região do Jalapão neste ano em comparação ao ano passado. “Como as empresas não tiveram apoio, muitas quebraram”.


Dólar
Para Christian Neme Soliva, coordenador do clube de turismo e agência de viagens Bancorbrás, a “euforia” de turistas com o retorno das viagens e a mensalidade do clube ajudou na recuperação econômica.


Para Christian, há obstáculos para o cenário ideal. Já Flávia está otimista com o ano que vem
Para Christian, há obstáculos para o cenário ideal. Já Flávia está otimista com o ano que vem   Foto: Ágata Luz/AT

Porém, ainda há obstáculos rumo ao cenário ideal. “O turista ainda vai sofrer um pouco com as tarifas, porque o dólar segue alto, bem como o aéreo”.


Veículos
Em contrapartida, a gerente comercial da Hertz Internacional, Flávia Schimidt, está otimista com o setor de aluguel de veículos. “O mercado está superaquecido novamente e 2023 vai ser o ano”. Ela afirma que o lucro de alguns estados já é maior do que em 2019, antes da pandemia.


Muito disso se deve à demanda reprimida de turistas para fora do País. “O brasileiro está desesperado para viajar e hoje a covid-19 não é mais impedimento”.


Ainda de acordo com ela, durante a pandemia, a Hertz reembolsou os clientes em 100% e sem multa. “Agora é momento de colher os frutos”.


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