Suculentas se destacam como ‘coringa’ das plantas ornamentais na Baixada Santista

Por armazenarem água, serem resistentes e ocuparem pouco espaço, elas podem se adaptar a vários tipos de ambiente

Por: Daniel Rodrigues*  -  10/04/23  -  12:05
Carolina Bertholini destaca a resistência das suculentas, em comparação com outras plantas
Carolina Bertholini destaca a resistência das suculentas, em comparação com outras plantas   Foto: Carolina Bertholini/Arquivo pessoal

Uma planta tem se tornado febre, nos últimos anos, nas residências da Baixada Santista. Ela é fácil de cuidar e, por não ocupar espaço, muitos a veem como um coringa nos projetos de decoração, principalmente para ambientes com pouca metragem. Da mesma família dos cactos, a suculenta tem sido uma boa pedida tanto para moradores de apartamento, quanto para quem mora em casa, ou até mesmo para colecionadores.


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O engenheiro agrônomo Cléber Ferrão ajuda a entender a popularidade das suculentas. Ele explica que essas plantas não precisam ser regadas diariamente, já que armazenam grande quantidade de água nas folhas, mas ressalva que são comuns alguns enganos. “Elas são confundidas com cactos. Todo cacto é uma suculenta, mas nem toda suculenta é um cacto”.


O tempo de vida das suculentas depende do tipo e também do ambiente onde elas vivem. As mais comuns são das espécies jade, bola-de-neve-mexicana e orelha de Shrek, que podem ser encontradas facilmente em lojas de plantas. As mais raras são a cebola de hambúrguer, a grama em espiral e a Echeveria purpusorum.


A indicação de Cléber Ferrão é que essas plantas sejam regadas uma ou duas vezes a cada uma ou duas semanas, principalmente nos dias mais quentes, e durante as estações frias, uma vez a cada duas semanas. As suculentas também precisam de iluminação para crescerem saudáveis, diz o engenheiro.


Existem floriculturas especializadas na venda de suculentas, mas hoje elas são encontradas em supermercados, feiras e lojas de decoração. Mesmo sendo uma espécie fácil de encontrar, Cléber Ferrão alerta que é sempre bom tomar cuidado com plantas ornamentais, porque elas podem apresentar compostos tóxicos perigosos, se ingeridos. Assim, ele recomenda evitar que elas fiquem ao alcance de crianças e animais de estimação.


O comerciante Airton Hayashi avalia que, em sua loja, vende entre 500 a mil vasos de suculentas por mês. Eles são comprados principalmente como presentes de casamento, chás de bebê e cozinha, e lembranças de escolas.


Para Hayashi, essas plantas vendem bem por conta do preço e por se adaptarem facilmente aos lugares. “Elas vão bem em ambiente tipo sacada ou área externa. Se for interna, têm de ficar bem próximas das janelas”, explica.


Airton Hayashi vende as suculentas em sua loja a partir de R$ 3,00. As mais raras são importadas. Passam de R$ 500 e são procuradas por um público formado, principalmente, por colecionadores.


Para Hayashi, que também é engenheiro agrônomo, as suculentas até podem ser colocadas no sol o dia todo, mas a chance de apodrecerem ou de as folhas secarem por baixo é maior, por serem plantas de locais secos, não necessariamente quentes. “Aqui no litoral, a maioria delas precisa tomar pelo menos duas horas de sol por dia, dependendo da espécie, da proximidade com o mar e do vento".


Segundo Carolina Bertholini, também proprietária de uma loja de jardinagem em Santos, as suculentas, por armazenarem muita água, podem ficar bastante tempo sem serem regadas, em comparação com outras plantas. “Tanto que são as que menos sofrem quando precisam vir de outra cidade, ou até outro estado”, afirma. Ela destaca que, mesmo assim, devem ser regadas toda semana.


Carolina diz que essas plantas, nas condições adequadas, podem durar muitos anos. Ela explica que existem três tipos de plantas, que podem ser de sombra, meia-sombra ou sol pleno.


As plantas de sombra são as que gostam de muita luz natural, mas não da incidência da luz solar diretamente nelas. Já as de meia-sombra preferem exposição direta ao sol apenas no início da manhã, ou final da tarde. “A luz solar forte, quando o sol é mais intenso, das 9h até as 15h, não faz bem para elas”. As plantas de sol pleno precisam de exposição direta o dia inteiro, inclusive ao meio-dia, para que se desenvolvam bem.


Uma dica de Carolina Bertholini é como produzir uma nova muda de suculenta, caso uma das folhas caia, ou descole. “Às vezes, ela é sensível. Então, na hora de manusear, regar, quando bate um vento, ou quando se esbarra na planta sem querer, as folhas podem soltar, porque são bem delicadas. Ao invés de jogar fora essa folha, é possível plantar em um outro vaso. Ali vai nascer uma nova muda”.


Segundo Carolina, é só manter os cuidados ao fazer a rega e colocar a planta num local onde essa folha não fique muito exposta ao sol. Depois que começarem a brotar mais folhas, basta colocar num local com um pouco mais de sol, ou até sol pleno. “Muita gente rega a suculenta com uma colherzinha, mas na verdade as suculentas podem ser regadas de mangueira sem problema algum”, afirma.


O ideal, diz Carolina, é que o vaso, nesse caso, tenha uma terra bem drenada, uma mistura de areia e isopor, para não encharcar a planta. Ela explica que, por isso, as pessoas acham que têm de regar a suculenta com pouca água, mas nesse caso, ela não ficaria com a quantidade necessária para se desenvolver em sua totalidade.


*Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão do professor Eduardo Cavalcanti e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.


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