Na contramão do mercado, porteiros estão em alta no setor de serviços em Santos
Procura pela profissão cresce como opção de recolocação no mercado
Ao contrário do que se observa no mercado de trabalho em geral, o emprego está em alta para os porteiros. Empresas de contratação de mão-de-obra especializada apontam o aumento na procura por profissionais do setor. Só uma delas, em Santos, já admitiu 142 novos funcionários, este ano.
De acordo com Alexandre Luciano Coelho, gerente operacional da Embraps, muitas pessoas saíram de suas áreas de atuação e procuram outras situações de trabalho no segmento de serviços de portaria. “Os que mais nos procuram hoje são pessoas acima de 30 anos, com mais vivências”, afirma.
Valdecir Pereira da Silva, de 50 anos, trabalha como porteiro há 11 anos e se mostra feliz com a profissão. “Aprendi muito na prática e com muitos treinamentos”, diz.
Tudo começou por conta de um acidente que Pereira sofreu quando trabalhava como armador de ferragens, e que impediu que ele continuasse no ramo. Graças à indicação de um amigo, conseguiu vaga em sua empresa atual, e começou a trabalhar como porteiro.
Na época, Valdecir Pereira não tinha qualquer curso e ainda menos experiência na profissão. Mesmo assim, conseguiu lidar muito bem com o serviço, depois dos treinamentos. Além de gostar do trabalho em portaria, assim como foi indicado por um amigo, diz que também já indicou colegas para a empresa e que recomenda a profissão.
Para exercer a função de porteiro, não existe curso específico ou obrigatório. “Muitas pessoas de vigilância migraram para a portaria, e isso foi bastante positivo”, explica Alexandre Coelho.
O gerente diz que, quando contrata, procura alguns pontos no processo de seleção, como atenção concentrada, bom atendimento ao público e administração satisfatória das rotinas.
*Reportagem feita como parte do projeto Laboratório de Notícias A Tribuna - UniSantos sob supervisão do professor Eduardo Cavalcanti e do diretor de Conteúdo do Grupo Tribuna, Alexandre Lopes.
