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MOVIMENTO

Trabalhadores entram em estado de greve no Porto de Santos

Motivo é protestar contra o leilão do STS10, terminal dedicado a contêineres, no cais público do Saboó; categoria teme perder empregos

Bárbara Farias

19 de outubro de 2024 às 06:41Modificado em 19 de outubro de 2024 às 06:42
Sindicalistas participaram de uma reunião na Prefeitura, na quinta-feira, com empresários e representantes do Poder Público. O objetivo do encontro era obter esclarecimentos sobre o leilão da área (Divulgação)

Sindicalistas participaram de uma reunião na Prefeitura, na quinta-feira, com empresários e representantes do Poder Público. O objetivo do encontro era obter esclarecimentos sobre o leilão da área (Divulgação)

Trabalhadores portuários avulsos estão em estado de greve e podem parar as operações no Porto de Santos a qualquer momento em protesto contra o leilão do STS10, um terminal dedicado a contêineres, no cais público do Saboó. A União pretende fazer a licitação em 2025 e a categoria teme perder empregos com o arrendamento de uma área de 601 mil metros quadrados (m2).

Sindicalistas participaram de uma reunião na Prefeitura, na quinta-feira, com empresários e representantes do Poder Público. O objetivo do encontro era obter esclarecimentos sobre o leilão da área.

“Nos reunimos para manifestarmos nossa indignação. Eles (Governo Federal) querem leiloar o terminal de contêiner e acabar com o cais público, que dá emprego aos trabalhadores”, diz o presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão (Sindestiva), Bruno José dos Santos.

“A gente não vê como expansão do Porto (arrendamento do STS10), mas troca de cargas. Eles querem trocar fertilizantes e cargas de projeto por contêineres. Expandir o Porto de Santos seria pegar uma área que não tem nada (greenfield) e instalar o terminal ali”, afirmou Santos.

O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, pondera que nada será feito sem ouvir as lideranças regionais no que diz respeito ao leilão do STS10. “Faremos nova audiência pública para a comunidade se manifestar”, afirmou.

Pomini afirmou ainda que a intenção “é manter a movimentação de cargas gerais (Ecoporto) durante o período de realização do leilão, estimado em três anos”. O gestor portuário disse que pretende buscar a transferência do Ecoporto para outro espaço. O terminal opera em uma área de 85 mil m2 dentro do STS10, mas o contrato já venceu e a empresa deve ser obrigada a deixar o terminal.

O deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), presidente da Frente Parlamentar de Portos e Aeroportos, esteve na reunião de quinta-feira e é contra a concessão do STS10 no modelo proposto. “O anúncio desse leilão sem qualquer discussão com a Cidade e com os trabalhadores demonstra total falta de consideração. Estamos falando de um terminal (Ecoporto) que gera mais de 2,5 mil postos de trabalho, atingindo os trabalhadores portuários avulsos. Isso representa um drama social em duas frentes: para os avulsos, que têm uma função essencial no Porto, e para os vinculados, que também perderiam seus empregos”.

Também presente na reunião, o deputado estadual Caio França (PSB) declarou estar preocupado com a decisão. “É importante ter cais público para os operadores portuários que não têm arrendamentos. Eles geram emprego e renda à região, são daqui e contratam os avulsos. Não podem ficar sem uma segurança para operar”.
O Governo Federal anunciou o leilão do STS10 na última terça-feira, prevendo até 3 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner padrão de 20 pés) ao ano no local, além de quatro berços de atracação.

Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Santos manifestou solidariedade aos trabalhadores do Porto e reiterou a necessidade de que a nova configuração do terminal contemple a manutenção do cais público.

“O Município reivindicará, ainda, a garantia do espaço planejado para a transferência do terminal de passageiros, no Valongo”. A Administração reiterou que reconhece a importância o Porto para o desenvolvimento do País, mas ressalta que “as propostas de expansão e ocupação precisam estar alinhadas com os diferentes interesses”, entre eles o planejamento municipal de revitalização do Centro Histórico, com destaque o avanço do Parque Valongo.

“O desenvolvimento do Porto não pode ocorrer de forma a atingir os direitos e garantias já conquistados por todos os que desenvolvem a atividade portuária”, declarou o secretário municipal de Assuntos Portuários e Emprego, Elias Júnior.

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