
Levantamento verificou como as infraestruturas portuárias estão se preparando para o recebimento de embarcações com combustível verde (Vanessa Rodrigues/AT)
A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou nesta quinta (25) o estudo Diagnóstico de Descarbonização, Infraestrutura e aplicações do Hidrogênio nos Portos, feito em parceria com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) e com a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), a Agência Alemã de Cooperação Internacional.
O levantamento verificou como as infraestruturas portuárias brasileiras estão se preparando para o recebimento de embarcações com combustível verde, produção de energia eólica, eletrificação de equipamentos portuários e sistemas Onshore Power Supply (OPS), tecnologia para navios atracados em portos desligarem os motores e se conectarem à rede elétrica.
Para a diretoria da Antaq, o entendimento de como os portos estão se preparando para a transição energética e para a descarbonização vai permitir um avanço nessas pautas. O relatório faz parte de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) assinado com a GIZ em setembro de 2023 para promover a descarbonização no setor.
“Com esse diagnóstico será possível estabelecer orientações e diretrizes para reduzir as emissões de gases de efeito estufa por navios em portos e viabilizar a descarbonização da infraestrutura portuária e dos serviços portuários prestados”, disse a Agência.
O estudo concluiu que a descarbonização do setor portuário exige que sejam feitas ações integradas para atingir uma redução significativa das emissões. Agora, será possível ter um direcionamento de medidas a serem adotadas pelas instalações portuárias e pelo setor.
O levantamento foi realizado no âmbito do Programa Internacional de Hidrogênio H2Uppp, que é financiado pelo Ministério da Economia e Ação Climática da Alemanha.
O levantamento faz parte do segundo, dos três eixos do ACT firmado com a GIZ. O Eixo 1, que foi finalizado em 2021, tratou da revisão da experiência internacional, análise de documentos, artigos técnicos e científicos e estudos sobre transição energética e descarbonização no transporte marítimo e nos portos.
Já o Eixo 3 será conduzido pela Antaq e vai apresentar um estudo de caso, por meio de levantamento de campo e entrevista semiestruturada com portos e entidades do setor portuário.
Diversidade
A Antaq aprovou, também nesta quinta (25), a criação de um comitê para a igualdade de gênero e a diversidade no setor aquaviário. O comitê será intersetorial e farão parte, além da Agência, entidades nacionais e internacionais.
A expectativa é que os nomes sejam apresentados dentro de 30 dias e o plano de ação em 60 dias. A criação do comitê está sendo discutida dentro da iniciativa Brasil Sem Misoginia, do Ministério das Mulheres, e do programa Rede Equidade, do Senado, do qual a Antaq faz parte. “O desdobramento dessa medida será a elaboração de um programa interno e de pautas de incentivo para o setor aquaviário que possa desenvolver políticas de formação e de desenvolvimento a fim de promover igualdade de gênero”, destacou a diretora da Antaq Flavia Takafashi, responsável pela implementação do comitê.
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