Militares fiéis a Maduro 'perderão tudo', diz Trump

Presidente dos Estados Unidos defende oferta de anistia de Guaidó

Por: France Presse  -  19/02/19  -  16:49
Atualizado em 19/02/19 - 17:11
Guaidó fala, por vídeo, com público reunido na Universidade Internacional da Flórida, nos EUA
Guaidó fala, por vídeo, com público reunido na Universidade Internacional da Flórida, nos EUA   Foto: Joe Raedle/ France Presse

O presidente americano, Donald Trump, incentivou na segunda-feira (18) os militares venezuelanos a aceitarem a anistia oferecida pelo líder opositor Juan Guaidó, caso contrário “perderão tudo”.


“Podem escolher entre aceitar a generosa oferta de anistia do (autoproclamado) presidente Guaidó e viver sua vida em paz com suas famílias e seus compatriotas, ou podem eleger o segundo caminho: continuar apoiando (o presidente Nicolás) Maduro. Se elegerem este caminho, não encontrarão um refúgio, não haverá uma saída fácil. Perderão tudo”, disse Trump a cerca de 300 venezuelanos em Miami, referindo-se aos militares.


Pouco antes, Juan Guaidó também tinha exigido aos militares que deixassem entrar no país a ajuda humanitária, apesar de o governo de Maduro ter ordenado bloqueá-la por considerá-la o início de uma invasão militar americana.


“A ordem está dada. De novo, senhores da Força Armada: permitam que entre a ajuda humanitária, têm a oportunidade de se colocar ao lado da Constituição, das necessidades do povo”, assegurou Guaidó, líder do Congresso de maioria opositora.


Reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, Guaidó está preparando mobilizações em todo o país para acompanhar voluntários que irão à fronteira em caravanas de ônibus em busca de toneladas de remédios e alimentos, armazenados no Brasil, na Colômbia e em Curaçao.


“Em 23 de fevereiro, a ajuda humanitária de um jeito ou de outro vai entrar na Venezuela e em todos os cantos do país vamos nos mobilizar. As brigadas irão em caravana, enquanto haverá protestos (...). Não será através do medo que vão nos deter”, assegurou.
As remessas de assistência realizadas em aviões militares dos Estados Unidos permanecem nos armazéns da cidade colombiana de Cúcuta, perto da ponte fronteiriça de Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com caminhões e outros obstáculos.


O senador cubano-americano Marco Rubio, um dos artífices da política de Trump com relação à Venezuela, disse em Miami, após voltar de uma visita relâmpago a Cúcuta, que “se os Estados Unidos agirem militarmente em qualquer parte do mundo, vão saber”.


Um segundo centro de armazenamento no Brasil será aberto no estado fronteiriço de Roraima e, hoje, um avião chegará de Miami a Curaçao com mais ajuda americana, segundo a equipe de Guaidó.
A Força Armada, principal base de sustentação de Maduro, reforçará a presença nas fronteiras, pois na avaliação de Maduro, a ajuda humanitária é um show e o prelúdio de uma ação militar não descartada pelo governo de Donald Trump. 


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