Três são presos por pedofilia na Baixada Santista

Operação Luz na Infância, deflagrada em âmbito nacional, apreendeu material pornográfico em três cidades da região

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  23/11/18  -  11:43
Sobre o material achado com um dos acusados, um delegado declarou: “Horripilante e escabroso”
Sobre o material achado com um dos acusados, um delegado declarou: “Horripilante e escabroso”   Foto: Divulgação

Um soldado do Exército, um contador e um servidor público municipal da Baixada Santista foram presos por pedofilia pela internet, durante a terceira fase da Operação Luz na Infância, deflagrada nesta quinta-feira (22) em âmbito nacional. Sobre o material achado com um dos acusados, um delegado declarou: “Horripilante e escabroso”.


Os três homens da região presos tiveram os seus endereços descobertos por meio do rastreamento de comunicações eletrônicas relacionadas a pornografia infantil. Esses dados foram obtidos pela 4ª Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Criança e Adolescente, que coordena a Luz na Infância no Estado.


Tais informações foram repassadas a policiais civis da Baixada Santista, que deram prosseguimento às investigações e requereram à Justiça mandados de busca e apreensão para vistoriar as residências dos acusados, em Mongaguá, São Vicente e Guarujá.


Um dos presos é o contador Edivaldo Pereira, de 57 anos. Residente na Avenida Cidade de Santos, no Balneário Santa Eugênia, em Mongaguá, ele é separado há cerca de 20 anos, conforme declarou, e reside com a mãe. Em sua casa foram apreendidos computador e HD externo.


Informado sobre o motivo da diligência, Edivaldo permitiu que fossem verificados os arquivos dos equipamentos eletrônicos. Segundo o delegado Ruy de Matos Pereira Filho, titular de Mongaguá, foram encontrados cerca de 500 vídeos de menores de idade em cenas de sexo explícito, além de grande quantidade de fotografias relacionadas a pedofilia.


“Horripilante e escabroso”, comentou Ruy de Matos. Ainda conforme o delegado, algumas cenas mostram adultos abusando de crianças que aparentam apenas 2 anos e exibindo o rosto delas para destacar a reação das vítimas diante da violência sexual.


Um dos criminosos foi apresentado na Delegacia Sede de Mongagua
Um dos criminosos foi apresentado na Delegacia Sede de Mongagua   Foto: Reprodução/TV Tribuna

Flagrante


O contador alegou possuir tais arquivos há cerca de 20 anos apenas para assisti-los, negando compartilhá-los ou produzi-los. Porém, como há fotos com datas de 2017, a veracidade de toda a versão do acusado foi colocada em dúvida pelo delegado Luiz Carlos Vieira, que o autuou em flagrante.


O Artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) pune com reclusão, de um a quatro anos, a conduta de quem possui ou armazena, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente.


Vieira autuou o contador por este crime, que inafiançável. Porém, o delegado deixou de arbitrar fiança, sob a justificativa de que o acusado ainda é investigado por mais delitos do ECA. Ele ainda requereu à Justiça que a prisão em flagrante de Edivaldo seja convertida em preventiva.


A Polícia Civil requereu perícia nos materiais apreendidos, porque suspeita do compartilhamento dos vídeos e das fotos, sem descartar a hipótese de que o contador também os tenha produzido. Tais condutas configuram os crimes descritos nos artigos 241-A e 240 do ECA, puníveis, respectivamente, com reclusão de três a seis anos e de quatro a oito anos.


Soldado e funcionário público detidos


Soldado do Exército e morador na Área Continental de São Vicente, Cleiton Souza de Jesus, de 24 anos, também foi preso durante a terceira fase da Luz na Infância.


De posse de mandado judicial, a equipe do delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior e do investigador Paulo Carvalhal, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos, apreendeu na casa do militar um notebook, dois celulares e um pen drive.


Perícia realizada pelo Instituto de Criminalística (IC) nos aparelhos encontrou “arquivos ocultos” relacionados à pornografia infantil, conforme informou o delegado Lara.


Cleiton alegou que acessou “site de jogos”, sendo baixado sem querer os conteúdos de pedofilia. Devido à grande quantidade de arquivos pornográficos, Lara não ficou convencido com essa explicação.


O delegado autuou o soldado pelo crime de armazenamento de cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. Ele fixou a fiança em R$ 10 mil, devido “à gravidade da conduta e ao abalo da ordem pública”.


Como esse valor não foi paga, Cleiton teve como destino a prisão. Acionada, escolta do Exército conduziu o acusado ao 2º Grupo de Artilharia Antiaérea (2° GAAAe), em Praia Grande, onde ele está lotado e deverá aguardar decisão da Justiça recolhido em uma cela.


Terceiro preso


Funcionário público municipal, Reinaldo Silva Santos, de 51 anos, não foi localizado em sua casa, na Rua das Cravinas, no Jardim Primavera, em Guarujá. Porém, o delegado Leonardo José Piccirillo, da DIG de Santos, apurou que o acusado estava em São Carlos e avisou colegas desta cidade.


Localizado no Interior, Reinaldo portava celular e notebook. Os equipamentos foram vistoriados e continham arquivos de pornografia infantil. Também foram constatados vestígios de troca desses conteúdos, sendo o servidor público autuado em flagrante, sem direito a fiança.


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