Tia de jovem que matou a mãe no litoral de SP diz que sobrinho arquitetou morte acidental; VÍDEO

Câmeras registraram o crime cometido em dezembro de 2020. Bruno Eustáquio é considerado foragido da Justiça

Por: Cássio Lyra  -  08/06/21  -  08:06
Atualizado em 08/06/21 - 08:13
  Mãe e filho moravam juntos em Guarujá na casa onde Márcia foi encontrada morta
Mãe e filho moravam juntos em Guarujá na casa onde Márcia foi encontrada morta   Foto: Reprodução

No dia em que completou 42 anos, Mariusa da Quadra recebeu uma ligação pelo celular onde foi avisada de que sua irmã foi encontrada morta. A irmã da autônoma é Márcia Lanzane, de 44 anos, que foi encontrada sem vida em sua casa, em Guarujá, cujo filho, Bruno Eustáquio, é o principal envolvido no crime. Mariusa fala que o sobrinho teria montado uma cena de crime, o que levaria a crer sobre uma morte acidental da mãe, e que teve indícios de o seu envolvimento no dia seguinte ao crime.


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Em 22 de dezembro do ano passado, Mariusa celebrou 42 anos de idade. O dia mudou totalmente de rumo por volta de 8h30, quando recebeu uma ligação de uma outra irmã, avisando sobre o que tinha acontecido com Márcia.


Mariusa ouviu do sobrinho, inicialmente, que Márcia teria infartado, e que ele só a encontrou desmaiada depois de ter retornado da academia. "Ouvimos do Bruno que a minha irmã teria ido tomar banho, mas ela acabou escorregando na urina da cachorrinha dela, caiu, bateu a cabeça e veio a falecer", relembra.



Em 1º de junho, a Justiça atendeu a pedido do Ministério Público (MP) e decretou prisão preventiva contra o rapaz. Ele é considerado foragido.


A desconfiança de Mariusa no sobrinho já começou logo no dia em que a irmã foi encontrada morta, mesmo ele tendo jurado que ninguém havia entrado no apartamento, bem como não foi ele o responsável pelo o que aconteceu.


"Começaram a aparecer fatos, de que a Márcia estava conversando com pessoas em vídeo chamada, no dia 21. Ela estava com as mesmas roupas de quando ela foi encontrada morta. Minha irmã não iria tomar banho e colocar de novo a mesma roupa. A partir daí, foram surgindo indícios de que algo mais grave teria acontecido", relata a autonôma.


O vídeo que detalha a noite em que Márcia foi morta, conforme publicado com exclusividade por A Tribuna, há um intervalo que intriga a irmã da vítima, que é o período em que o jovem fecha a porta do quarto da mãe, onde não há alcance das câmeras.


"O corpo dela, dentro do quarto, não estava onde ela tinha caído. Ele (Bruno) mexeu no corpo da mãe. Ela estava com um corte em V, na testa, e o laudo médico apontou uma fratura em um osso do pescoço. No período em que ele fica no quarto e fecha a porta, acredito que ele tenha montado uma cena de crime. Ele já tinha estrangulado a mãe, e depois pode ter pego a cabeça para fazer o corte na cabeça", diz.


Por quê?


Quase seis meses após o crime, ainda não é possível determinar os motivos que levaram a Bruno ter estrangulado a própria mãe, conforme mostrou o vídeo das câmeras de segurança. A irmã da vítima crê que essa resposta jamais será respondida.


"Ele não vai falar a verdade. Tenho certeza disso. Antes dele ir para a delegacia, eu o levei até o quarto da minha irmã e perguntei: 'Bruno, fala pra gente, se houve algum momento em que você perdeu a cabeça, se teve alguma briga e na hora do nervoso você tenha feito algo. Essa é a hora de você falar'. A gente pode te ajudar'. Ele respondeu com convicção 'tia, eu não matei a minha mãe'", argumenta.


Advogado afirma que Bruno não lembra da dinâmica


Em contato com A Tribuna, o advogado de defesa Anderson Real afirmou que o jovem está com medo e receio de sofrer qualquer tipo de violência referente ao caso. Sobre o vídeo, Bruno disse que não lembrava da dinâmica de como tudo aconteceu e que conversou com a mãe durante a noite do dia 21 de dezembro.


"O que ele me fala, e que realmente gera um pouco de dúvida, é de que a mãe não teria falecido naquele momento, naquela noite. Eles brigaram, tem a porta fechada e o vai e vem do Bruno. Ele fala que a mãe ainda estava viva, que conversou com ela, e que a mesma ainda foi para cama, para dormir", comenta.


"Sobre o vídeo, é uma versão que não se sustenta. Pedi para conversarmos, falar o que aconteceu. A versão dele eu aceito com reservas, pois o vídeo é esclarecedor e estarrecedor, incluindo a própria perícia médica, que indica uma fratura no pescoço, que é sinal claro de asfixia. Isso ele sempre negou, sempre sustentou essa negativa".


Relembre o caso


O corpo de Márcia Lanzane foi encontrado sem vida na residência onde ela e o filho moravam, no bairro Sítio Cachoeira, em 22 de dezembro. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito.


Câmeras de monitoramento mostram o momento em que Bruno Eustáquio entre em luta corporal na noite anterior. Após ambos caírem no chão, o filho, então, usa as duas mãos para esganar a mãe. Ela tenta resistir, mas não consegue. Pelas imagens, Bruno se certifica se a mãe ainda tinha batimentos. Após cometer o crime, o agressor volta para a sala do imóvel para assistir televisão.


Em depoimento inicial, Bruno teria afirmado não ter envolvimento no crime. Após uma suspeita da polícia, e um novo questionamento, o jovem confessou que teria sido uma morte acidental após empurrá-la durante uma discussão. A mãe, então, teria morrido após bater a cabeça na queda.


O sistema DVR, utilizado para captação de imagens, estava escondido dentro do forno do fogão. O jovem relatou para os policiais onde estava o aparelho e afirmou que o escondeu por medo.


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