Confronto aconteceu no Jardim Rio Branco, na área continental de São Vicente ( Foto: Kauana Alves/ Arquivo Pessoal )
Quatro homens de 16, 17, 18 e 32 anos, morreram e um de 24 está internado após um confronto em uma área de mata da rua Mario Davis Lerner, no Jardim Rio Branco, na área continental de São Vicente. O caso aconteceu na noite desta terça-feira (27) durante um patrulhamento da Polícia Militar (PM) pela região. Com isso, mortes durante a Operação Verão chegam a 38.
De acordo com o boletim de ocorrência, os PMs estavam realizando uma operação de combate ao tráfico e, a pé, entraram em uma região de mata e mangue, com a intenção de surpreender supostos traficantes que estariam pelo local. Por se tratar de um local de difícil acesso, a equipe só conseguiu chegar próximo ao ponto denunciado quando já estava anoitecendo.
Durante a ação, os policiais ainda solicitaram reforço de outra equipe, que chegou ao local pelo lado contrário, encontrando os suspeitos. Ao verem os agentes, o grupo tentou fugir pela trilha que ia de encontro ao outro grupo de PMs. Diante da situação, os homens passaram a atirar em direção a equipe, que também revidou com outros disparos.
Com a troca de tiros, cinco suspeitos foram atingidos e posteriormente socorridos para os Prontos-socorros do Hospital do Vicentino e do Jardim Rio Branco. No boletim de ocorrência não foi informado qual serviço de atendimento de urgência socorreu os homens. Nas unidades de saúde, foi constatado que quatro envolvidos morreram e um ainda permanece internado sob escolta policial.
Junto com os cinco envolvidos, ainda foi encontrado outro homem, que estava afastado e sem ferimentos. Questionado pelos policiais, ele alegou que estava no local para comprar droga, pois é usuário, e teria corrido junto com os demais quando percebeu a presença policial e os tiros. Ele foi revistado, mas nada de ilícito foi encontrado. O homem chegou a ser levado para a delegacia, mas pela falta de provas que determinassem seu envolvimento o tráfico, foi liberado.
Itens encontrados
Ao lado dos suspeitos alvejados, a polícia encontrou dois revólveres, uma pistola, um carregador e 14 munições, entre elas algumas íntegras e outras deflagradas e picotadas. No local onde os envolvidos foram encontrados na mata, ainda foram localizadas 68 porções de maconha, 55 pedras de crack, 77 porções de cocaína, todas separadas e embaladas para venda. Além disso, havia cinco celulares e R$ 729 em dinheiro. Todo o material foi apreendido.
Com relação ao suspeito que ainda permanece internado, a polícia determinou a prisão dele em flagrante pelos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma e resistência. Por isso, ele permanece na unidade de saúde sob escola da Polícia Militar e deverá ser ouvido posteriormente.
Conforme o boletim de ocorrência, o local dos fatos não pode ser preservado por se tratar lugar de difícil acesso, sendo região de mangue e mata, e por se tratar de área com intensos confrontos. Durante a troca de tiros, nenhum policial ficou ferido. As armas utilizadas pelos agentes, dois fuzis e uma pistola, também foram apreendidas.
Além dos crimes de tráfico de drogas, porte ilegal de arma e resistência, o caso também foi registrado como morte decorrente de intervenção policial na Delegacia Sede de Polícia de São Vicente. Posteriormente, será encaminhado para o 3º Distrito Policial (DP) da cidade, que corresponde ao local onde os fatos ocorreram.
SSP
A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) foi procurada, e afirmou que com a ocorrência da noite desta terça-feira (27), 38 pessoas morreram em confronto com a polícia, entre elas o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos.
A SSP ainda informou que 797 criminosos foram presos, incluindo 301 procurados pela Justiça, e 562,4 quilos de drogas retiradas das ruas. Além disso, 86 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidos. Por fim, a pasta esclarece que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.
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