Quadrilha Pix faz novas vítimas no litoral de SP e balé tradicional de Santos pode fechar as portas

Escola de Ballet Lúcia Millás tem prejuízo superior a R$ 100 mil após ação de criminosos

Por: Ágata Luz  -  24/12/21  -  06:46
Atualizado em 24/12/21 - 10:45
Graças à mobilização de pais e amigos, a apresentação de fim de ano foi realizada no Centro Espanhol, em Santos
Graças à mobilização de pais e amigos, a apresentação de fim de ano foi realizada no Centro Espanhol, em Santos   Foto: Divulgação

Após 53 anos de atividades em Santos, a Escola de Ballet Lúcia Millás ameaça fechar as portas. Isso porque a dona do local, Lúcia Millás, foi mais uma vítima da Quadrilha Pix, que roubou o celular dela e rapidamente realizou diversas transferências bancárias. De acordo com a professora de dança, o prejuízo é superior a R$ 100 mil.


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O roubo do smartphone aconteceu na manhã de 5 de outubro, quando Lúcia estava parada em um semáforo em São Paulo. “De repente, um camarada quebrou o vidro. Ele estava com a mão toda enfaixada e arrancou o celular do suporte”, explica, dizendo que o aparelho estava desbloqueado. Desta forma, os criminosos tiveram fácil acesso ao conteúdo.


“Com a maior rapidez, porque isso é ação de quadrilha, eles conseguiram entrar em três contas bancárias: duas físicas e uma jurídica, a da escola, e simplesmente limparam tudo”, lamenta, dizendo que a ação dos criminosos foi mais rápida do que a dela, que tentou bloquear o telefone e acionar os bancos logo após o episódio, sem sucesso.


Além da quantia roubada, Lúcia também precisou arcar com os juros cobrados pelos bancos que não reconheceram o golpe. “A gente percebe que os bandidos sabem o que estão fazendo porque tentam despistar, passam dinheiro de uma conta da pessoa para outra conta da própria pessoa. É tudo muito complicado. Até mesmo os bancos se recusam a reconhecer, porque é como se você estivesse fazendo uma transferência por meio de TED ou um Pix para você mesmo”.


De acordo com a proprietária da escola de balé, alguns bancos não bloquearam as contas e cartões no ato. Desta forma, no dia seguinte os criminosos continuaram realizando transações financeiras.


Lúcia explica que, nas contas, havia as taxas pagas pelos pais dos alunos para o espetáculo de fim de ano e testes de uma escola de dança internacional, além de mensalidades. “Fora isso, todos os recursos que nós tínhamos estavam lá e mais cheque especial. Foi tudo. De repente, me vi zerada”.


Atividades ameaçadas

O roubo seguido de golpe fez com que Lúcia pensasse em desistir da escola. “Isso foi muito difícil para a gente. Primeiramente, a pandemia foi algo complicado para todos. A escola conseguiu sobreviver, mas perdemos alunos. Muitos foram solidários, continuaram com a gente. Seguimos unidos, com sacrifício”.


Após a ação da Quadrilha Pix, a Escola de Ballet contou com a colaboração de diversas pessoas para realizar o espetáculo de fim de ano. Agora, a luta é para continuar com as portas abertas. Ao encerrar o ano letivo, a escola lançou uma vaquinha virtual.


“Surgiu essa ideia (vaquinha), mas não partiu de mim. Eu, na verdade, tive um pouco de estranheza em fazer isso. No começo, foi bem difícil a aceitação, mas não é por mim. Faço isso por todas as pessoas, porque percebi o amor pela nossa escola quando vi os alunos sofrendo com o risco de a escola fechar. Aí, falei: vamos tentar”.


Um boletim de ocorrência foi registrado na 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de Santos e segue em investigação. Para ajudar a escola a seguir em atividade, basta clicar neste link.


Após a ação da Quadrilha Pix, a Escola de Ballet contou com a colaboração de diversas pessoas
Após a ação da Quadrilha Pix, a Escola de Ballet contou com a colaboração de diversas pessoas   Foto: Divulgação

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