Condenado por tráfico internacional de drogas em uma das ações da Operação Oversea, que desarticulou esquema de remessas de toneladas de cocaína para o exterior por meio do Porto de Santos, Wellington Araújo de Jesus, o Gordinho, de 37 anos, foi capturado por policiais militares em Guarujá. A pena dele é de oito anos e novemeses de reclusão.
Comandados pelo tenente Alex Câmara, os PMs reconheceram Gordinho durante patrulhamento de rotina. O procurado da Justiça pilotava uma moto Honda Bis pela Avenida Deputado Emílio Carlos, na Vila Maia, na sexta-feira (12). Acompanhado de uma mulher, o criminoso foi seguido e abordado logo após, na Rua Buenos Aires.
Na tentativa de ocultar a sua condição processual, Wellington exibiu Carteira Nacional de Habitação com a sua foto, mas em nome de André Luiz Santos dos Santos. O plano não deu certo e os PMs o levaram à Delegacia de Guarujá, onde se confirmou a adulteração da CNH. Gordinho foi autuado em flagrante por usar o documento falso.
Oversea
Gordinho foi processado perante a 5ª Vara Federal de Santos junto com o advogado Carlos Bodra Karpavicius, Suaélio Martins Leda, Leandro Teixeira de Andrade e Ricardo Menezes Lacerda. A sentença do juiz Roberto Lemos dos Santos Filho teve 109 laudas e foi prolatada em julho de 2015.
Apenas Gordinho foi absolvido, mas houve recursos do Ministério Público Federal (MPF) ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região, bem como das defesas dos demais réus. A 11ª Turma do TRF3 julgou as apelações em dezembro de 2017. Por unanimidade, o colegiado condenou Gordinho e manteve a condenação dos outros acusados.
As penas de Suaélio e Carlos Karpavicius foram fixadas em dez anos. Ricardo, Leandro e Wellington foram condenados a oito anos e nove meses. Segundo o MPF, o grupo tentou enviar 145 quilos de cocaína para o porto espanhol de Las Palmas, nas Ilhas Canárias. A droga foi descoberta em 17 de dezembro de 2013. Ela estava em um contêiner com carne.
Suaélio era o responsável por negociar a droga com os fornecedores e os compradores de outros países. Na condição de advogado, Carlos Karpavicius dava suporte jurídico para a “exportação” acontecer com aparência de legalidade. Leandro, Ricardo e Wellington cuidavam da logística para colocar a droga no Porto de Santos e embarcá-la ao exterior.
A Operação Oversea, da Polícia Federal, desmantelou esquema de remessa de cocaína do Brasil ao exterior, via Porto de Santos, resultando nas apreensões de 3,7 toneladas da droga, no País e fora dele, entre janeiro de 2013 e março de 2014. Também foi possível apurar o vínculo da megaquadrilha com o Primeiro Comando da Capital (PCC).