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Absurdo

PM de Praia Grande é investigado por agredir a filha enquanto ela pedia bênção; esposa também teria sido agredida

Agente teria dado socos, tapas e cintadas na filha, além de manter a família em um regime de opressão; inquérito policial já foi concluído

ATribuna.com.br

3 de junho de 2025 às 07:52Modificado em 3 de junho de 2025 às 07:55
O PM de Praia Grande é alvo de inquérito policial por agressão contra filha e violência psicológica contra ela e a mãe dela (Imagem ilustrativa/Alexsander Ferraz/Arquivo AT)

O PM de Praia Grande é alvo de inquérito policial por agressão contra filha e violência psicológica contra ela e a mãe dela (Imagem ilustrativa/Alexsander Ferraz/Arquivo AT)

Um policial militar de Praia Grande é investigado por agredir a própria filha com tapas, socos e cintadas em São Vicente. Conforme apurado por A Tribuna, o agente também é suspeito por cometer violência psicológica contra ela e a esposa.

O caso ocorreu em janeiro de 2024, na casa em que eles moravam, em São Vicente. Segundo apurado pela reportagem, a filha do policial era obrigada a cumprir diversas exigências impostas pelo pai, entre elas pedir a bênção todos os dias antes de dormir.

Uma pessoa próxima, que teve a identidade preservada por motivos de segurança, relatou que, no dia das agressões, houve uma briga durante o momento da bênção. “Quando ela se abaixou, ele (pai) levantou já dando tapas na cara dela. Agrediu com murros, socos, tapas, cintadas... de tudo um pouco que você imaginar. Foi algo extremamente revoltante”, afirmou.

Tudo teria começado em maio de 2023. Após o ocorrido em janeiro do ano passado, a filha do policial saiu de casa por estar cansada e esgotada com a situação e por conta de sua mãe, que também era agredida. Além disso, a filha era submetida ao controle excessivo do pai. “Ela vai para o escritório trabalhar, por exemplo, avisa que está saindo de casa, avisa que está no ponto de ônibus, avisa que chegou... É um controle excessivo, absurdo, e ela não podia nem ter conta bancária”.

Ainda segundo a pessoa próxima da família, a filha só conseguiu abrir uma conta bancária quando se tornou adulta, e ainda sob supervisão do pai. “Todo e qualquer aparelho celular que entrasse em casa era configurado por ele. Tudo era controlado por ele. Esse controle excessivo gerou uma situação insustentável, e ela acabou saindo de casa”.

Após a saída da filha, o pai — que é policial militar — foi atrás dela, implorando, conversando e até chorando. Ela aceitou voltar, mas teria sido obrigada a cumprir algumas condições.

Em novembro de 2023, o policial teria agredido a mãe da jovem novamente. “Eles (filha e pai) brigaram novamente, e ela começou a procurar um lugar para morar sozinha. Em janeiro, ela encontrou o imóvel, estava fechando o contrato e informou a ele sobre isso”.

Nesse mesmo mês, ocorreram as agressões, que deixaram hematomas. Houve ainda uma discussão, conforme relatado, porque a filha iria sair de casa para morar com o companheiro.

Após as agressões, o policial teria ido trabalhar no plantão normalmente, como se nada tivesse ocorrido. Já a filha saiu de casa com a roupa do corpo e nunca mais voltou. Foi registrado um boletim de ocorrência e um inquérito policial foi aberto para apurar o caso.

Processo em andamento
Durante o processo, o policial militar teria feito diversas ameaças à filha. Ela obteve uma medida protetiva contra ele e, por conta disso, não consegue mais ter contato com o irmão, nem com outros membros da família que vivem na mesma casa.

Segundo a pessoa próxima, o policial militar “segue com a vida normal, na ativa, trabalhando na rua. Já aconteceu uma vez: ele foi visto na esquina da casa onde ela mora. Uma amiga dela viu a cena — ele estava parado na esquina com a viatura da polícia, olhando para dentro da casa. Uma certa perseguição. Desde então, eles não se falam mais. Desde essa situação em janeiro do ano passado, não há mais relação de pai e filha”, conforme o relato.

Posicionamento
A Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP-SP) informou que o caso foi investigado por meio de inquérito policial instaurado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Vicente, o qual já foi concluído e encaminhado ao Poder Judiciário para análise. De acordo com a pasta, a Polícia Militar acompanha o andamento da ação na esfera judicial para avaliar a abertura de um processo administrativo, que poderá resultar na demissão do agente envolvido.

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