O ex-secretário de Comunicação de Itanháem, Silvio Lousada, é apontado como integrante de um esquema de fraudes de licitação do transporte na Cidade, para favorecer o Primeiro Comando da Capital. O nome do ex-secretário veio à tona durante a segunda fase da Operação Laura, deflagrada ontem pela Polícia Civil de Itanhaém.
“As investigações indicam, que ele (Lousada) a mando de outros que serão objeto de procedimento próprio, articulou junto com a organização criminosa a forma, o jeito, do contrato a ser assumido pela organização, dando um ar de licitude, quando não há o mínimo de licitude”, afirma o delegado Bruno Matteo Lázaro, da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise), de Itanhaém.
A segunda fase da operação Laura, que investiga o envolvimento de funcionários e ex-funcionários da Baixada Santista e Vale do Ribeira em um esquema para o crime organizado dominar o transporte público, cumpriu mandados de busca e apreensão e prisão em Mongaguá, São Vicente e Peruíbe e Cajati, onde um empresário foi preso.
Na casa de Lousada, em São Vicente, foram apreendidos documentos. Ele não estava em casa.
“A principal função era fazer a articulação entre o poder público e a organização criminosa nas fraudes das licitações, tanto em Cajati quanto em Itanhaém. Não havia competição, princípios constitucionais respeitados (nas licitações). Tudo era feito de uma forma que beneficiasse a organização criminosa”, disse o delegado.
Defesa
O ex-secretário de Comunicação de Itanhaém, por 16 anos, Silvio Lousada, se manifestou em nota:
“Após 16 anos de vida pública, sem que nesse período tenha cometido qualquer ilicitude, fui surpreendido com a notícia de envolvimento com o crime organizado. As pessoas da minha relação, parentes, amigos e, principalmente, as que já trabalharam comigo na Prefeitura, sabem da minha conduta correta com a justiça. Até o momento o advogado não teve acesso aos autos para que minha defesa seja apresentada”.
A operação
A primeira fase da Operação Laura foi realizada com o objetivo de prender suspeitos de ajudar uma foragida da Justiça a dar à luz de forma clandestina no Hospital Regional de Itanhaém. De acordo com a polícia, ela era integrante do PCC.
A mulher utilizou um nome falso e, também, deu um nome falso à filha, que nasceu em outubro. Ela foi capturada logo após receber alta. Com base nas investigações, a equipe identificou os suspeitos que a auxiliaram a ter acesso ao hospital sem ser identificada.
Na primeira fase, realizada em 27 de novembro, seis pessoas foram presas, dentre elas o vereador reeleito de Peruíbe, Abgair Aparecido da Silva e o diretor da empresa que era responsável pelo transporte público de Itanhaém.
Na época, a Prefeitura extinguiu o contrato de transporte por transtornos à população e aos próprios funcionários da empresa.