Mulher é baleada em 'assalto forjado' e fica paraplégica no litoral de SP

De acordo com a família, o crime aconteceu a mando do ex-marido no dia do aniversário do filho do casal

Por: Marcela Ferreira  -  25/11/20  -  10:50
Ingrid trabalhava em uma farmácia quando foi vítima de supostos assaltantes, que a balearam
Ingrid trabalhava em uma farmácia quando foi vítima de supostos assaltantes, que a balearam   Foto: Arquivo pessoal

A farmacêutica Ingrid de Mendonça Ribeiro, de 34 anos, ficou paraplégica após ser baleada em um suposto assalto. De acordo com familiares, o crime aconteceu a mando do ex-marido de Ingrid, que não se conformava com o fim do relacionamento, contratou criminosos para matar a ex. Agora, Ingrid precisa de cuidados especiais, e a família, moradora de Iguape, busca recursos com uma vaquinha virtual.


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De acordo com a família, o crime aconteceu no dia 16 de outubro, dia do aniversário do filho de Ingrid, de 11 anos. A família, que mora no bairro Rocio, esperava a mulher voltar do trabalho para comemorar à noite. Quando perceberam a demora, receberam uma ligação dizendo que Ingrid havia sido baleada.


“Eu recebi a ligação de que ela havia levado um tiro no ombro, e iria para o hospital de Pariquera-Açu. O tiro não perfurou só o ombro, mas também o pulmão, chegou a atravessar a sétima vértebra dela, e esse disparo saiu na diagonal, entrou pelo ombro esquerdo e saiu pelo quadril direito. A bala ficou alojada bem próximo do quadril, mas os médicos retiraram”, conta um parente.


O suposto assalto à farmácia, que resultou no disparo contra Ingrid, foi registrado na delegacia de Iguape. No momento do crime, uma viatura passava próximo do estabelecimento e os funcionários chamaram a atenção dos policiais, que perseguiram o veículo em que os criminosos tentaram fugir.


“Os policiais perseguiram até a estrada de Miracatu, onde eles perderam o controle do veículo e capotaram. O criminoso que disparou contra ela morreu antes de dar entrada no hospital e o acompanhante, que só teve ferimentos leves, foi do hospital para a delegacia, onde confessou ter sido contratado por um intermediário para praticar o crime pela quantia de R$ 5 mil de entrada, com valor total de R$ 18 mil”, relata um familiar


Os policiais desconfiaram dos criminosos por terem trancado os outros funcionários em um cômodo da farmácia, enquanto levaram Ingrid para a porta e a balearam. O ex-marido, o intermediário do crime e o criminoso contratado que sobreviveu ao acidente foram presos.


Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que o caso foi registrado como tentativa de roubo, tentativa de feminicídio, homicídio culposo na direção de veículo automotor e adulteração de sinal identificador de veículo automotor na Delegacia de Iguape. Um dos criminosos, de 27 anos, foi preso e outro, de 26, morreu após o carro em que fugiram capotar durante o acidente. Um homem identificado como o mandante do crime também foi detido.


Histórico de violência


A polícia apontou o ex-marido como principal suspeito, já que havia uma medida protetiva contra ele, para que não se aproximasse da ex, devido ao histórico de violência doméstica durante os cinco anos de casamento. “Ele não queria que ela trabalhasse fora, ele tentou estrangular ela cinco vezes e ameaçou com uma corrente de bicicleta”, conta um familiar.


A família ainda diz que não sabia sobre os abusos que Ingrid sofria. Foi só quando ela pediu o divórcio que as agressões vieram à tona. “No dia 17 de setembro, ela pediu o divórcio. Ele insistiu que queria voltar, perseguiu ela por um bom tempo. Eu aconselhei ela a terminar, porque nós mulheres não devemos aceitar nenhum tipo de agressão”, diz o parente.


A perseguição só terminou com a medida protetiva, que impedia o homem de ficar a menos de 200 metros de distância de Ingrid, e quando ela decidiu instalar câmeras de segurança para vigiar caso ele se aproximasse de sua residência.


Vaquinha virtual


Para conseguir comprar uma cadeira de rodas ortostática para Ingrid, a família criou uma vaquinha virtual com o objetivo de arrecadar R$ 35 mil reais, e já está perto de conseguir o valor. A princípio, queriam conseguir comprar uma cama, um colchão e outros equipamentos para cuidar de Ingrid, mas com a repercussão do caso, conseguiram que esses itens fossem doados.


Agora, o objetivo é conseguir comprar uma cadeira ortostática e uma cadeira de passeio, que custam em torno de R$ 20 mil e R$ 9 mil respectivamente, mais o frete. A família conta que também incluiu na vaquinha o valor de uma reforma para adaptar o banheiro da casa de Ingrid, mas um grupo de pescadores de Pariquera-Açu se dispôs a ajudar.


“A ideia é que até dezembro a gente consiga comprar, para ser um presentão de Natal”, finaliza a família. Para doar, CLIQUE AQUI.


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