MP denuncia suspeito de pedofilia dentro de vestiário de clube em Santos

Homem de 52 anos foi preso em flagrante na noite de 31 de janeiro no Sesc-Santos, no bairro Aparecida

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  13/02/19  -  22:49
  Foto: Reprodução/Facebook

Preso em flagrante sob a suspeita de tentar abusar sexualmente de um menino no vestiário do Sesc-Santos, no bairro Aparecida, na noite de 31 de janeiro, José Roberto Abreu dos Santos, de 52 anos, foi denunciado pelo Ministério Público (MP) e, agora, ostenta a condição de réu.


A acusação formal foi formulada pelo promotor Carlos Eduardo Terçarolli e recebida pela Justiça. Distribuída à 6ª Vara Criminal de Santos, a ação penal apura o crime de estupro de vulnerável, inserido no rol dos delitos hediondos e descrito no Artigo 217-A do Código Penal.


Caso seja condenado, José Roberto está sujeito a pena de dois anos e oito meses a dez anos de reclusão, já considerados os redutores previstos no Artigo 14 do Código Penal para a hipótese de tentativa.


A delegada Cláudia Santana Barazal, da Central de Polícia Judiciária (CPJ), autuou o acusado em flagrante. Esta modalidade de prisão foi convertida em preventiva na manhã do dia 1º de fevereiro, durante audiência de custódia realizada no Fórum de Santos.


Constituído por José Roberto, o advogado Stephan Cincinato disse que foi intimado a apresentar por escrito a sua resposta à acusação do MP. É a oportunidade de a defesa indicar eventuais testemunhas, especificar provas que pretende produzir, juntar documentos e alegar tudo o que for do seu interesse.


Presídio seguro


Por determinação da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o réu foi encaminhado à Penitenciária José Parada Neto, mais conhecida como P-I de Guarulhos, na Grande São Paulo. Por ter sido preso em Santos e ainda estar respondendo a processo, o normal seria o acusado aguardar ao julgamento no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São Vicente.


No entanto, a SAP remanejou o réu à P-I de Guarulhos, porque nesta unidade ficam acusados de crimes contra a “dignidade sexual”, conforme esclareceu um funcionário da Diretoria de Segurança e Disciplina. “O perfil dos presos aqui é esse”, justificou.


Acusados de crimes sexuais, principalmente contra crianças, são hostilizados pela população carcerária e precisam ser isolados dos demais detentos. A P-I de Guarulhos tem capacidade para 881 homens, mas abriga 2.026, de acordo com o último balanço divulgado pela SAP, na quinta-feira passada (7).


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Como foi



O menino supostamente atacado pelo réu tem 13 anos. Ele estava na piscina e saiu para ir ao vestiário. Cerca de dez minutos depois, o pai estranhou a demora do filho e foi procurá-lo. Ele se deparou com o garoto e o acusado despidos em um box de chuveiro, que se encontrava com a porta fechada por dentro.


A vítima contou ao pai que foi puxada pelo réu para dentro do box e teve a sunga retirada. Logo em seguida, ainda conforme ela, o pai apareceu no vestiário chamando-a pelo nome, e ela teve a boca tapada pelo réu para não responder.


Porém, o pai percebeu que havia duas pessoas no compartimento de banho, por meio do vão da porta, e insistiu para que ela fosse aberta. “Perdi a cabeça na hora. Perguntei por que ele estava com o meu filho lá dentro. Ele ficou sem ação, tentou falar algo, mas sem fundamento”, disso o responsável pelo menino.


“Peço justiça. Que ele pague pelo que fez, porque acabou com a vida da minha família”, declarou a mãe do garoto. Segundo a mulher, o filho “chora muito e está abalado”.


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