Homem atropelado após ser empurrado por travesti desabafa: ''Que não saia mais da cadeia''

Trabalhador está internado na Santa Casa e já passou por uma cirurgia na perna

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  22/11/18  -  09:36
Antônio veio a Santos para trabalhar na obra de uma agência bancária
Antônio veio a Santos para trabalhar na obra de uma agência bancária   Foto: Eduardo Velozo Fuccia/AT

O trabalhador atacado por uma travesti no Centro de Santos, na última sexta-feira (16), permanece internado na Santa Casa de Santos, sem previsão de alta, e revelou detalhes da violência sofrida em entrevista exclusiva para A Tribuna. Empurrado por Adalberto França dos Santos, conhecido como Andressa, de 30 anos, para o meio da Avenida São Francisco, Antônio Rodrigues Pereira, de 60 anos, foi atropelado por um caminhão e teve a perna direita atingida.


Atendido na Santa Casa pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Antônio foi operado para a colocação de uma armação metálica conhecida por gaiola e deverá ser submetido a, pelo menos, mais uma cirurgia. A Polícia Civil ainda não tomou o seu depoimento para o inquérito sobre o caso.


Punhal e gargalo


Morador em Itaquaquecetuba, Antônio veio a Santos para trabalhar na obra de uma agência bancária. Na manhã da última sexta-feira, ele se dirigia a pé ao serviço, quando Andressa o interpelou para cobrar suposta dívida de R$ 3 mil.


“Eu nunca a vi, não a conheço, não devo nada, mas ela queria que eu pagasse R$ 3 mil e veio para cima de mim com um punhal e um gargalo de garrafa. Ela falou que ia me matar”, relembrou o trabalhador.


Apesar de tentar se proteger, Antônio foi ferido nas costas. O pior, porém, foi quando Andressa o empurrou em direção da avenida, provocando o seu atropelamento. Foi tudo tão rápido que o motorista do caminhão não teve tempo de frear ou desviar.


Flagrante e cadeia


Antônio manifestou o desejo de que a acusada “não saia mais nunca da cadeia”. De acordo com o trabalhador, “eu pedia tanto para que ela não fizesse isso comigo, porque não tinha nada contra ela, só pretendia cuidar do meu serviço”.


Presa momentos depois nas imediações por policiais militares, Andressa não estava mais com o gargalo e o punhal mencionados pela vítima. Levada à Central de Polícia Judiciária (CPJ), a travesti foi autuada em flagrante e recolhida à cadeia do 5º DP de Santos.


O delegado Octávio Augusto C. R. Carvalho autuou Andressa por roubo qualificado pela lesão corporal grave. Na hipótese de condenação, a travesti está sujeita a pena de sete a 18 anos de reclusão.



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