Guarda civil mata ciclista a tiros após discussão de trânsito em Praia Grande

Episódio aconteceu na Avenida Ministro Marcos Freire, altura do Viaduto 5 da Via Expressa Sul, no bairro Quietude

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  04/02/19  -  21:38
Em Praia Grande, guardas municipais já possuem arma de fogo
Em Praia Grande, guardas municipais já possuem arma de fogo   Foto: Arquivo/AT

O gesseiro Antônio Ramos Paiva Ferreira, de 29 anos, foi morto a tiros por um guarda civil municipal de Praia Grande, após ofendê-lo, agredi-lo com dois socos e tentar tomar sua pistola. O episódio foi motivado por uma discussão de trânsito e aconteceu às 19h de domingo (3), na Avenida Ministro Marcos Freire, altura do Viaduto 5 da Via Expressa Sul, no bairro Quietude.


O guarda e um colega de farda passavam de viatura pelo local e tiveram a atenção voltada para Antônio, que pedalava uma bicicleta, e o motorista de um Ford Fiesta. Os homens discutiam, e o ciclista alegou que levou uma “fechada” do motorista do Fiesta. Após a constatação de que ninguém havia se ferido e os veículos não sofreram danos, os guardas orientaram os homens a irem embora.


O motorista do Fiesta acatou a orientação dos guardas, mas Antônio começou a xingá-los. Segundo os agentes públicos, o ciclista estava “alterado”, e os acusou de terem agido de forma parcial, favorecendo o outro homem. A equipe da Guarda Civil Municipal (GCM) disse que relevou, retornando à viatura para ir embora. Porém, o gesseiro tentou retirar um dos guardas do volante, puxou a sua camisa e o agrediu com dois socos, um dos quais na cabeça.


Este agente, então, saiu da viatura novamente e tentou afastar Antônio mediante a utilização de spray de gás pimenta. Ao invés de recuar, o ciclista investiu contra o guarda e segurou a sua pistola, que se encontrava no coldre. Para impedir que a arma fosse tomada, o guarda se engalfinhou com Antônio. Durante a briga pela disputa da pistola, o agente conseguiu sacá-la e disparou contra o ciclista. Houve a solicitação de socorro, mas o gesseiro faleceu no local.


De calibre 380, a pistola pertence à GCM, cuja Corregedoria foi acionada para também acompanhar o caso. O delegado Alexandre Mendonça do Nascimento ouviu o relato dos guardas e de testemunhas, concluindo que o agente público atirou em legítima defesa.


No dia 24 de setembro do ano passado, Antônio foi acusado de agredir a mulher. A denúncia foi feita pela própria vítima. À época, ela afirmou que mantinha relacionamento com o gesseiro há cinco anos, e o casal tinha uma filha de um ano e dez meses.


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