Filho de ex-vereador agride zelador com mata-leão em Praia Grande: ‘Pensei que fosse morrer’; VÍDEO

Caso está sendo investigado como lesão corporal e acusado também responde um processo por danos morais

Por: Francine Galdino  -  13/07/23  -  07:41
Atualizado em 13/07/23 - 16:46
Zelador é agredido com golpe de mata-leão em Praia Grande
Zelador é agredido com golpe de mata-leão em Praia Grande   Foto: Reprodução

Matheus Coutinho Menezes, de 28 anos, filho do ex-vereador de Praia Grande Euvaldo Reis dos Santos Menezes – mais conhecido como Vitrolinha - está sendo investigado por lesão corporal por agredir o zelador do condomínio em que morava, no Bairro Ocian, em Praia Grande. Imagens enviadas para A Tribuna mostram o momento da agressão. (assista ao vídeo abaixo).


Segundo o zelador, Edilson Santana de Jesus, de 41 anos, era madrugada quando ele foi acordado pelo porteiro para atender uma reclamação de moradores sobre barulho que vinha do apartamento do acusado.


“Quando cheguei ele já foi muito hostil. Falei que naquele horário não podia fazer barulho, mesmo assim ele não aceitou, estava muito alterado. Então pensei, 'vou descer (na portaria) e chamar a polícia'. Chamei o elevador, fiquei olhando o elevador, esperando chegar. Nesse momento eu não estava olhando para ele, foi quando ele veio me atacar”, conta.


Câmeras de monitoramento do elevador registraram a ação. Nas imagens enviadas para aReportagem é possível ver o zelador já caído no chão e o rapaz em cima dele, aplicando o golpe mata-leão (uma técnica de estrangulamento). Uma mulher chega a chutar o Matheus na intenção de fazê-lo soltar o zelador, até que a vítima consegue se desvencilhar e levantar.


O caso foi em dezembro do ano passado, mas só agora que o zelador quis falar sobre o que aconteceu. “Pensei que iria morrer, estava perdendo o folego, o cara estava muito alterado. Não estava esperando isso, estava cada vez mais estava sem forças para me defender”, conta.


De acordo com o advogado do zelador, Thyago Garcia, um boletim de ocorrência por lesão corporal foi registrado no dia dos fatos, mas, em maio deste ano, ele entrou com uma ação por danos morais contra o agressor, alegando que a vítima ficou traumatizada.


“Não há dúvida que a atitude do réu atingiu o patrimônio moral do autor, causando-lhe dor, sofrimento, angústia, em manifesta violação aos seus direitos da personalidade e a sua dignidade pessoal”, afirma.


O caso está em andamento na 5ª Vara Cível de Praia Grande. “Já houve a citação deste processo e a apresentação da defesa. Agora está no prazo da réplica (quando a defesa pode acrescentar mais alguma coisa), feita a réplica o juiz pode sentenciar ou chamar para instrução, ouvir as testemunhas, pedir novas provas, vai depender de como o juiz entender”, explica o advogado.


Vítima precisou usar colar cervical e ficou com marcas de mordida nas costas
Vítima precisou usar colar cervical e ficou com marcas de mordida nas costas   Foto: Arquivo pessoal

Justiça
Ainda de acordo com o zelador, Matheus era conhecido no condomínio por sempre estar envolvido em alguma confusão e fazendo baderna no apartamento. No dia dos fatos, por exemplo, o zelador explica que ele chegou na madrugada de uma terça-feira (20/12) com três amigos com diversos litros de bebida, fazendo barulho pelos corredores e sujando as áreas comuns do condomínio.


“Ele sempre levava um pessoal e chegava alterado. Já o vi brigando na rua, em frente ao prédio. Estava no histórico dele que é agressivo”, conta.


Com a ocorrência ainda em andamento, o único desejo de Edilson é que a justiça seja feita. “Só não quero que ele fique impune depois do que aconteceu. O que a Justiça decidir está correto, mas não vai reparar o que eu sinto hoje, me sinto humilhado. Você sai para ir trabalhar e chegando lá quase morre, isso a gente não esquece nunca”, desabafa.


Defesa
Em nota, a defesa do Matheus esclarece que a briga não aconteceu como contado pelo zelador. Disse que eles já tinham uma inimizade, já trocaram xingamentos em outras ocasiões e que nesse dia as agressões foram recíprocas e começaram pós o zelador ir até o apartamento ofender o morador.


“O acusado se declara inocente das acusações que lhe são impostas, comunica que tem cumprido todos os atos processuais, sendo certo que provará sua inocência no decorrer do processo, pois acredita na justiça”, afirma na nota enviada para A Tribuna.


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