Um médico da Casa de Saúde Santos em Praia Grande está sendo acusado de agressão por uma família que procurou atendimento na unidade e reclamou do tempo de espera, na madrugada deste sábado (15). O profissional admite a confusão, mas nega a ofensiva e diz que só se defendeu.
Moradora de Praia Grande, a empresária Camila Gilles, de 34 anos, conta que procurou o pronto-atendimento do hospital porque sentia muita dor no estômago. Ela estava com os filhos de 14 e 10 anos e o marido, que carregava no colo a filha deles de 1 ano.
No boletim de ocorrência registrado na Delegacia Sede da cidade e no depoimento para A Tribuna On-line, Camila narra que fez a ficha de identificação e passou a aguardar pelo atendimento.
Depois de 20 minutos de espera, Camila diz que viu o médico Leandro Rech na recepção e o questionou se não poderia ser atendida logo, porque estava com uma dor muito forte. Ele respondeu que estava vendo exames de um paciente da emergência, e que depois a atenderia.
Na sequência, Camila perguntou quem era o paciente, e o médico disse que tal informação não dizia respeito a ela.
Versões
A partir daí, os relatos da família e do médico delatado à Polícia Civil divergem.
Segundo contou Camila, o médico se irritou, bateu duas vezes na mesa da recepção e partiu para cima dela. O marido interveio e se colocou em frente à esposa, que, conforme admitiu em depoimento, colocou as mãos no pescoço do médico. "Foi meu instinto, porque pensei em defender a bebê, que estava no colo do meu marido".
Ainda conforme a empresária, o médico a acertou com um soco no rosto e desferiu outro golpe contra o filho de 14 anos. Depois, passou a chamar o adolescente para a briga. Ela diz que os golpes não deixaram marcas aparentes.
O profissional de saúde, por sua vez, disse à Polícia Civil que, após negar a informação sobre quem seria o paciente cujo exame estava sendo analisado, o marido da vítima deu a volta no balcão em direção a ele. Houve uma discussão, e os dois seguraram os braços um do outro.
Ele narrou que, na sequência, Camila o agrediu, causando-lhe lesões, não especificadas no boletim de ocorrência. O adolescente de 14 anos também tentou agredi-lo. Nesse momento, o médico revidou, mas não acertou o menino.
Leandro contou que a empresária dizia que ele não sabia com quem estava falando, e que o filho o xingava. Um segurança e um enfermeiro apartaram a confusão. No BO, o médico alegou que todas as ações foram na tentativa de se defender.
Apuração
Diante das versões contraditórias, o delegado Rodrigo Martins Iotti, que registrou a ocorrência, determinou a notificação da Casa de Saúde para que forneça imagens de câmeras que mostrem a confusão.
"O meu sentimento é de indignação, porque você vai para o hospital precisando de ajuda e é agredida", desabafa.
A Tribuna On-line tentou contato por telefone e por WhatsApp com Leandro, mas não conseguiu retorno.
O chefe da unidade de Praia Grande da Casa de Saúde de Santos, Vitor Felipe, alega que o médico sofreu tentativas de agressão e buscou se defender. Ele nega os socos. Imagens da confusão serão analisadas nesta segunda-feira (17).