Empresário ligado a caça-níqueis e réu em atentado é executado no Gonzaga

Vítima chegou a ser levada à Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos

Por: Eduardo Velozo Fuccia & De A Tribuna On-line &  -  05/04/19  -  14:31
Atualizado em 05/04/19 - 14:45
  Foto: Carlos Nogueira/AT

Um homem encapuzado executou com dois tiros na manhã desta sexta-feira (5), no Gonzaga, em Santos, o empresário Wassim Abdouni, de 40 anos. Réu em processo de tentativa de homicídio e acusado de explorar caça-níqueis, ele chegou a ser levado à Santa Casa de Santos, mas não resistiu aos ferimentos.


Testemunhas informam que o atirador chegou e fugiu em um carro tipo sedan de cor prata. Antes de atirar, o executor ainda teria dito “não falei que ia te pegar?”. Diante dos iminentes disparos, Wassim tentou se proteger levantando os antebraços, mas as balas os atravessaram e atingiram a sua cabeça.


O homicídio aconteceu na esquina das ruas Euclides da Cunha e Pernambuco. Próximo do local, o empresário teria um cassino e saía da casa de jogos clandestina. A abordagem aconteceu na calçada. Wassim caminhava em direção ao seu automóvel importado Mercedes-Bens GLA vermelho, mas não teve tempo de chegar.


O processo que a vítima respondia se refere ao atentado cometido contra o chefe de gabinete do ex-vice-prefeito de São Vicente, no dia 11 de agosto de 2016. Segundo denúncia do Ministério Público, Wassim ofereceu R$ 30 mil para que a vítima fosse eliminada por um soldado da Polícia Militar e um segurança da extinta boate Juá.


Ex-sócio da casa noturna, uma das mais tradicionais da região, na Ilha Porchat, em São Vicente, Wassim teria encomendado a morte de Humberto de Araújo Santiago devido a demandas entre o Poder Público municipal e a boate. A Juá foi fechada por falta de documentação, mas o empresário afirmava que isso ocorreu porque não pagou propina.


Humberto foi abordado logo após chegar de carro na garagem do edifício onde morava, em São Vicente. Momentos antes, ele havia saído da Prefeitura. Com o veículo do seu alvo em movimento, um homem se aproximou pelo lado direito e disparou. O tiro atingiu de raspão o lado direito superior das costas da vítima e se alojou em sua mão esquerda.


Por causa da tentativa de homicídio, Wassim teve a prisão preventiva decretada, mas não chegou a ser preso. Antes que fosse localizado e capturado, foi beneficiado, em fevereiro de 2017, por habeas corpus impetrado pelo advogado Armando de Mattos Júnior no Tribunal de Justiça de São Paulo; confira no vídeo abaixo a entrevista que a vítima concedeu À Tribuna Online em 2017.



Segundo fundamentação do desembargador Luiz Antonio Figueiredo Gonçalves, “não se pode decretar a prisão preventiva ao argumento único de que o delito seja grave, ou mesmo hediondo”, sendo ainda necessária “fundamentação suficiente” para se restringir cautelarmente a liberdade de um acusado de crime.


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