O advogado Francisco Martori Sobrinho, constituído para defender Kleber Pereira da Silva, o Klebinho, de 21 anos, disse, nesta terça-feira (22), que irá requerer à Vara do Júri de Santos a reconsideração da decisão que decretou a prisão temporária de 30 dias de seu cliente. O rapaz ficou conhecido em janeiro, após aparecer nas redes sociais em vídeos portando uma pistola e um cigarro de maconha, no Morro do José Menino.
“A prisão refere-se a tentativa de homicídio ocorrida em agosto de 2018, de autoria desconhecida, mas só agora a temporária foi requerida pela Polícia Civil, que cogitou suposto envolvimento de Kleber. Não há indícios contra ele, que está pagando por um infeliz exibicionismo”, afirma Martori. Caso não seja atendido o seu pedido de reconsideração, o advogado estuda a hipótese de impetrar habeas corpus.
A tentativa de homicídio tem como vítimas policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), repartição pela qual tramita o inquérito. Os agentes foram recebidos a tiros no Morro do José Menino e escaparam ilesos ao atentado. De acordo com o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, ele só pediu agora à Justiça a temporária de Klebinho porque o acusado foi reconhecido pelas tatuagens que aparecem nos vídeos.
Segundo o advogado, a prisão do cliente aconteceu no momento em que ele se dirigia ao 7º DP de Santos, distrito da área do Morro do José Menino, para esclarecer o episódio envolvendo os vídeos. “Ele decidiu se apresentar espontaneamente à polícia para explicar as circunstâncias das filmagens, sendo desnecessária a prisão. Quanto à tentativa de homicídio, desconhece totalmente os fatos. Ele não cometeu qualquer atentado”.
Em entrevista para A Tribuna, Klebinho disse estar arrependido e com medo de sofrer represálias de policiais desde quando apareceu nos vídeos, o que o forçou a deixar o morro com a família. Afirmou que a pistola que portava não é sua, e apenas a pegou para realizar as gravações com a câmera do seu celular, negando o compartilhamento das filmagens nas redes sociais. Declarou, ainda, que a arma não é de verdade, mas “airsoft” (de pressão).