Seringas, pinos de cocaína e marmitex poluem mangue de Cubatão, diz estudo de ONG

Mapeamento do lixo que se acumula nesses ecossistemas costeiros faz parte de estudo sobre poluição do plástico nos manguezais paulista

Por: Por ATribuna.com.br  -  30/09/20  -  19:08
É prevista remodelação da orla do Rio Casqueiro, que terá iluminação de led e equipamentos de lazer
É prevista remodelação da orla do Rio Casqueiro, que terá iluminação de led e equipamentos de lazer   Foto: Carlos Nogueira/ AT

Apesar de diversosplanosno passadode recuperação ambiental, o manguezal de Cubatão continua a ser um ponto de acúmulo e descarte de lixo doméstico e hospitalar. É o que aponta levantamento inicial feito pelaONG Ecologia em Movimento.Resíduos de material doméstico (comoembalagens e plásticos) ainda são maioria, mas os pesquisadores também identificaramitens contaminantes e perigosos, como seringas e pinos de cocaína.


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Omapeamento foi realizado no último sábado(24)na região de manguezal do Rio Cubatão,no trecho do bairro Casqueiro. O estudo sobre o tipo de lixo que se acumulam nesses ecossistemas costeiros faz partede levantamento sobre poluição do plástico nos manguezais paulista.A iniciativa é uma parceria com o Ministério Público Estadual (MPE-SP) de forma colaborar comapreservação dos manguezais de São Paulo.


De acordo com a coordenadora dos trabalhos, a biólogaJuliana Teixeira Gonçalves, material plástico de origem doméstica concentra a maioriados resíduosacumulados naquele ponto.Trata-se de mais de1,5 km de faixa de mangue afetada com os poluentes, comprometendo cerca de 90 tiposvegetação nativa e essencial ao ecossistema de transição (entre os ambientes terrestre e marinho).


A pesquisadora indica, contudo, alta concentração demateriais contaminantes e perigosos como seringas e pinos de cocaína.Juliana destaca que esses resíduosoferecem risco ao meio ambiente marinho porlevardécadaspara se decompor e também por haver risco de contaminação.


Abiólogacita aindao acúmulodeembalagensmetalizadas,como as de salgados processos e bolachas. Elaexplicaque se tratam de materiais “extremamente perigosos”porcontermetal pesado, podendoafetara vegetação e animais que procuram este local para se reproduzirem.


Outras fontes de poluentessão as embalagens de marmitas(alumínio e isopor)emquase toda a extensão avaliada. Por serem defácilfragmentação, esses materiais podem ser consumidospor animal marinho. Foram coletadas ainda seislâmpadas fluorescentes.


O presidente daEcomov,Rodrigo Azambuja, destacaqueo levantamentovaifornecer subsídios para uma petição sobre a origem destes materiais contaminantes. “Os objetos encontrados neste último sábado serão correlacionados com estudo do local, feito noanopassado, efaremos apresentaçãoao MPE-SPpara que o município avance em presença e o manguezal”.


Um estudo doInstituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) indica que os manguezais da Baixada Santista sofrem fortes pressões ambientais. Dados da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) apontam que menos de 40% dos manguezais da região estavam em bom estado de conservação. Cubatão é a cidade que tem os manguezais mais degradados. Apenas 17% dos 29 quilômetros quadrados de manguezais originais apresentavam estado saudável.


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