Queimadas no Pantanal podem ter criado nuvem rolo gigantesca na Baixada Santista

Especialistas apontam que formação de nuvem rolo, como a observada em Peruíbe, pode ter ligação com fumaça em mata fechada no Cerrado

Por: Por ATribuna.com.br  -  17/09/20  -  09:20
Rara, a nuvem rolo chega a atingir mil quilômetros de comprimento por dois de largura
Rara, a nuvem rolo chega a atingir mil quilômetros de comprimento por dois de largura   Foto: Márcio Ribeiro

Os dias de mormaçoque ajudam a intensificar as queimadas no Pantanal já mudam as condições climáticas no litoral Sul paulista.As fumaças geradas pelo fogo incontrolado e que devasta estados do Centro-Oeste brasileiro sãoapontadaspor especialistas comoresponsável pela formação de um raro fenômeno: o aparecimento deuma nuvemrolo.


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A evento climáticofoi observadoem Peruíbe na manhã deste terça-feira (15). E, conforme especialistas, a mancha de fumaça que seestende por mais de 3 mil quilômetros do territóriobrasileiro pode ter contribuído a sua formação.


Classificada como rara, a nuvem rolochega a atingirmilquilômetros decomprimentopor dois quilômetros delargura.Ela tem a aparência de uma forma cilíndrica (daí o seu nome), podendo sedeslocarpor até60 km/h.De grande extensão horizontal e pequena amplitude,ela aparece destacada do restante de nebulosidade, como a que marcou a manhã desta terça-feira (15).


O climatologistaRodolfoBonafimafirma que o efeito das queimadas, que devastam a vegetação e provocarm o êxodo de animais de seus habit, se dá de forma indireta aa formação do fenômeno visto em Peruíbe. Isso porque o sinistro na mata provoca o aumento das temperaturas, que ajuda a ampliar a instabilidade na área do litoral paulista.


“A nuvem rolo éfenômeno causado em época de instabilidade, que não se verificou nos últimos dias. Acontece quando há uma massa de ar muito quente, que é comum no interior do Estado eintensificado pelas queimadas no Pantanal, se choca com um ar mais frio e que empurra essa umidade trazida pelos ventos (marítimos)”, explica.


Jáobiólogo e especialista em correntes de ar amazônicasEnzioMeixedoChiarelli afirmou, ao G1,que as correntes de vento trazem asfumaças condensadas em água até o litoral paulista.“Se não fosse essas queimadas e a ação do homem, dificilmente observaríamos um resultado como essas nuvens. A solução é acabar imediatamente com essas queimadas e praticar um monitoramento ambiental rigoroso”.


O meteorologista do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC),Bruno Miranda, explica queo fenômenopôde ter sido formadopelocontato desse material emassa de ar oceânica. Isso porque nuvens tendem a ser formar com o choque térmico, quando háo encontro de uma massa de ar quente com uma frente fria.


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