Open banking vai expandir uso do Pix sem aplicativo de banco

Sistema de pagamento instantâneo será o 1º produto incluído nessa 3ª etapa, voltada a pagamento e operação de crédito

Por: Rosana Rife  -  14/09/21  -  10:59
 Transferência de recursos não dependerá mais do app do bancos
Transferência de recursos não dependerá mais do app do bancos   Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A terceira fase do open banking, que deve começar a partir de 29 de outubro, vai permitir o acesso ao Pix sem aplicativo de banco. O sistema de pagamento instantâneo será o primeiro produto incluído nessa terceira etapa, que é voltada a serviços de transações de pagamento e pedidos de operação de crédito.


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“O usuário vai conseguir autorizar um Pix fora do ambiente do banco. Ou seja, você adquire um seguro do carro e autoriza a empresa a fazer um Pix direto da sua conta, sem utilizar o cartão de crédito na operação, por exemplo. Então, você corta o intermediário e tira os encargos, desonerando o consumidor e deixando o produto mais barato”, esclarece o CEO da Fintech Saks, Luis Bacellar.


Na última fase, serão liberados outros produtos, serviços e transações de clientes, como operações de câmbio, investimentos, seguros e conta-salário.


O open banking é a infraestrutura que permite que o cliente de qualquer banco compartilhe suas informações com mais de 2 mil instituições financeiras.


Na prática, cada pessoa poderá montar o seu banco, explica o chefe de regulação BC, José André Pereira, em vídeo de divulgação da instituição, acrescentando que o open banking já é uma realidade em países da Europa, por exemplo.


Mobilidade digital


“As pessoas vão conseguir levar suas informações para onde quiser. Ele permite uma mobilidade digital, possibilitando que elas acessem serviços ou usem produtos do sistema financeiro em vários lugares diferentes”, afirma.


Quando o open banking estiver funcionando em sua totalidade, o que deve ocorrer em 2022, vai operar de forma semelhante a um aplicativo de entrega de comida, que possibilita escolher produto, lugar e quanto pagar pelo serviço e taxa de entrega.


“Hoje é muito natural que a gente consiga acessar vários tipos de restaurantes por várias plataformas em um processo muito natural e que a pessoa já se sente segura. O mesmo vai acontecer com o open banking”, acrescenta Pereira.


O compartilhamento serve para facilitar que o consumidor possa ter acesso a mais informações, busque a concorrência de forma mais rápida e obtenha melhores condições de crédito.


“Antes, quando alguém tinha um contrato com um banco, apenas ele e a instituição financeira tinham acesso a esses dados. Com o open banking, o cliente pode compartilhar esses dados com outros bancos e buscar melhores taxas. Ele pode fazer uma espécie de leilão”, informa o CEO da iCertus, plataforma de gestão com serviços financeiros para pequena indústria, Fábio Ieger.


Sistema já compartilha dados


Neste momento, o Banco Central realiza a finalização da fase 2, na qual teve início o compartilhamento de dados cadastrais sobre serviços bancários, como contas e crédito (veja infográfico).


O compartilhamento de dados ocorrerá a partir da necessidade do cliente, que pode ser pessoa física ou jurídica, e partir da autorização dele. Após a permissão, o banco ou instituição financeira poderá avaliar os dados desse usuário para saber se ele é um bom pagador, qual as características dos produtos que tem e traçar até uma análise de risco de crédito, por exemplo.


“A partir dessas informações, ele pode conseguir produtos mais baratos, fazer comparação de preço de tarifa, taxas de juros e obter produtos mais personalizados para o perfil dele”, informa a consultora jurídica da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamentos e Investimentos (Acredifi), Cintia Falcão.


Na primeira fase, ocorreu a abertura de informações que não necessitavam de consentimento de dados do usuário que já estavam disponíveis no site das instituições, como taxas de juros e tarifas bancárias.


Segundo Cintia, com as taxas abertas, é possível usar aplicativos que façam a consolidação dessas informações para facilitar a vida do consumidor.


“Com o Via Bolso, por exemplo, posso pesquisar um empréstimo pessoal. Coloco informações como prazo e juros que quero e o aplicativo consegue, através da tecnologia usada para fazer essa comunicação entre as instituições de forma mais segura, trazer em um lugar só, quanto ficará o empréstimo no Itaú, Brades, Santander, Banco do Brasil”.


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