Escolas terão novo currículo em 2020

Conselho Estadual de Educação deve dar aval ao modelo paulista até dia 31, prevê União dos Dirigentes Municipais de Educação de SP

Por: Tatiane Calixto & Enviada a Atibaia (SP) &  -  13/03/19  -  13:05
Atualizado em 13/03/19 - 13:10
Grêmios estudantis: o instrumento e caminho para o início da mudança política
Grêmios estudantis: o instrumento e caminho para o início da mudança política   Foto: Alberto Marques/Arquivo/AT

Após muitos debates, aproxima-se o momento de a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) chegar – de fato – às salas de aula de Educação Infantil e Ensino Fundamental do País. Por lei, isso deve acontecer já a partir do ano que vem, com currículos desenhados à luz da BNCC. O Estado de São Paulo formatou o currículo paulista, documento que está em análise no Conselho Estadual de Educação. A expectativa é que o órgão dê aval até o dia 31.


O documento foi construído pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pela Secretaria de Estado da Educação. “Em dezembro, entregamos o documento para o conselho estadual, que está trabalhando intensamente com a perspectiva de entregá-lo até o dia 31 deste mês”, explicou ontem o presidente da União dos Dirigentes Municipais de Ensino (Undime) São Paulo, Luiz Miguel Garcia, durante o 29º Fórum Estadual da Undime-SP.


Ele avalia que o documento foi fruto de um forte trabalho conjunto, pois teve participação de mais de 70% dos municípios paulistas. “Foram cerca de 80 seminários regionais e 40 mil técnicos participando. Pode ser que apareçam pontos a serem ajustados, mas foi um trabalho importante”, afirma o dirigente. Ele ressalta que este será o currículo paulista, e não de uma rede ou outra.


“Não é o currículo da rede municipal ou da rede estadual. As redes privadas, inclusive, foram convidadas e participaram em muitos momentos. Então, de fato, é um documento que conta com esta síntese. Os municípios, claro, podem construir seus currículos, mas, com certeza, este nosso documento será uma referência”, declara.


Formação


A questão da formação dos docentes, a partir dos novos currículos alinhados à base, foi um tema debatido no Fórum da Undime-SP. Para Julia Tami, da Fundação Lemann, os novos currículos exigirão formação diferente dos professores.


“Será preciso uma formação continuada, com metodologias ativas de ensino. Não podemos pensar apenas em tratar o conteúdo, mas em ensinar aos professores como passar esse conteúdo para os alunos”, salienta Julia.


A formação continuada com foco na prática dos professores em sala de aula também é um ponto crucial a ser pensado, na opinião de Anna Helena Altenfelder, do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).


Segundo ela, os gestores precisam se perguntar como fazer com que palestras, encontros e dinâmicas capacitem o professor para as situações em classe. “Temos que vencer a dicotomia entre teoria e prática. Implantar a base e o currículo é, também, melhorar a formação do professor”, pondera.


“A disrupção (inovação) não acontece com mobiliário diferente ou colorido, mas dentro de nós. Se o professor continuar a assumir a atividade de detentor do conhecimento, nada mudará”, afirma Anna Penido, do Instituto Inspirare. Por isso, complementa, é importante que o professor tenha formação inicial e continuada de qualidade e boas condições de trabalho.


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