Setor de café discute formas de reduzir emissão de carbono em evento no litoral de SP

Segundo professor da Esalq, cafeicultura tem condições de reduzir impacto ambiental das atividades de manejo

Por: Anderson Firmino  -  13/05/22  -  16:04
Atualizado em 13/05/22 - 16:26
Cerri fala no Seminário da ACS: técnicas para quantificação de carbono são criteriosas, onerosas e demandam tempo e pessoal especializado
Cerri fala no Seminário da ACS: técnicas para quantificação de carbono são criteriosas, onerosas e demandam tempo e pessoal especializado   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A questão da emissão de carbono pelo setor cafeeiro é um desafio que ganhou prioridade nas discussões sobre sustentabilidade no setor. Não foi diferente ontem, no último dia do 23º Seminário Internacional do Café, organizado pela Associação Comercial de Santos (ACS) e realizado no Sofitel Guarujá Jequitimar.


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O gás carbônico retém calor nas camadas mais baixas da atmosfera, desequilibrando o clima e aumentando as médias da temperatura. Para especialistas ligados à sustentabilidade, o momento é de conscientiza-ção e busca pelo equilíbrio na balança entre captura e emissão.


“O carbono é a ‘moeda da hora’ da atualidade. Ele é o quarto elemento mais abundante na Terra. Está na planta, no solo, na água, na atmosfera, em nós. Ele não tinha uma visão como indicador de processos que vão desde a agricultura, passando pelos transportes e indo até a indústria, mas ganhou uma notoriedade. Grande parte dessa dinâmica do carbono se dá no meio agrícola, no campo”, diz o professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) Carlos Eduardo Pellegrino Cerri.


Para ele, as técnicas para quantificação de carbono são extremamente criteriosas, onerosas e também demandam tempo e pessoal especializado. “Esses processos são condicionados por solos diferentes, climas diferentes e culturas diferentes. Há uma grande variedade de café e de práticas de manejo. Isso tudo impacta nesse carbono”.


Cerri diz que a cafeicultura é uma atividade que emite carbono, mas que pode recapturá-lo, com um resultado benéfico. “É algo que melhora o ambiente sob o ponto de vista de carbono”.


De acordo com o professor, a indústria ligada ao café está entendendo esse processo. “A indústria, seja qual for, ela é só emissora. Não tem como retirar. Então, tem que se associar, cada vez mais, com a cadeia e com o elo de produção, que ali que é possível a remoção”, comenta ele.


Para a coordenadora de Projetos de Clima e Emissões do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Renata Fragoso Potenza, é importante monitorar os resultados do carbono das fazendas, mas não apenas isso. “Também devemos abranger o escopo para a cadeia do café e isso também é importante para ir agregando atores e players desse processo como um todo”, complementa.


O evento
O seminário, que durou dois dias, contou com a participação de mais de 500 profissionais de 21 países, que acompanharam debates de assuntos ligado à cafeicultura, como tecnologia, inovação, sustentabilidade e logística.


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