Queda dos juros é trunfo do novo Casa Verde e Amarela, avaliam empresários da construção

Nova linha da casa própria foi lançada pelo Governo Federal para substituir o Minha Casa, Minha Vida

Por: Júnior Batista  -  28/08/20  -  01:41
  Foto: Bruno Peres/Ministério das Cidades (14/03/2016)

Entidades da construção civil da região avaliaram positivamente o programa Casa Verde e Amarela, lançado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para modificar o Minha Casa, Minha Vida. A principal vantagem observada é a redução das taxas de juros da linha para abaixo de 5%, condição que beneficia a baixa renda. 


Segundo o governo, o objetivo é atender 1,6 milhão de famílias até 2024.
No Norte e Nordeste, redutos petistas, os juros caíram 0,5% ao ano, chegando a 4,25%.


No Sul e no Sudeste, as taxas serão de 4,5%, uma queda de 0,25% ao ano. Como se trata de financiamento de longo prazo, a diferença de 0,25% a 0,5% reduz bastante o montante a ser pago. 


Para o presidente da Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista (Assecob), Ricardo Beschizza, houve um aperfeiçoamento positivo do programa. “A mudança na faixa dos juros com certeza será positiva para aqueles que necessitam financiar nessa modalidade”.


“Essa redução, embora varie de estado para estado, torna o financiamento interessante para quem mais precisa. Taxa a 4,5% é muito bom com certeza”, diz.


Segundo o diretor regional do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), Lucas Teixeira, o programa é importante para dar uma moradia digna à baixa renda e traz sinalizações positivas. “Há queda considerável nos juros, principalmente no Norte e Nordeste. Esse reflexo está vindo desde a queda da Selic”.


Teixeira acredita que a simplificação do programa, vai abranger mais famílias. “Espera-se que o governo tenha diminuindo alguma coisa em burocracia, documentos e análise de crédito”, afirma ele.


Ele ressalta que a incorporação também é parte importante neste cenário para que mais empresas se interessem pelo programa.


No semestre passado, o atual Minha Casa, Minha Vida financiou R$ 28 bilhões referentes a 153,4 mil moradias. A Caixa, agente financeiro do programa, alegou não ter balanço regional desses números e o Ministério do Desenvolvimento Regional não atendeu a reportagem.


O programa trocará as “faixas” de renda do Minha Casa por “grupos”. O grupo 1 será para renda de até R$ 2 mil; o 2, entre R$ 2 mil e R$ 4 mil; e o 3, entre R$ 4 mil e R$ 7 mil.


Na região, em 2019, segundo as prefeituras, o deficit habitacional era de 106 mil moradias para famílias com renda de até três salários mínimos.


Programa precisa atrair setor privado


Na visão do diretor regional do Sindicato da Habitação (Secovi SP), Carlos Meschini, para que o Casa Verde e Amarela seja efetivo, os subsídios têm que ser maiores do que no Minha Casa Minha Vida para atrair empresários da construção. Se não, essa conta não vai fechar e não haverá interesse em aderir ao programa.


Segundo ele, esse foi um dos motivos que levaram o Minha Casa a “ir se desfazendo”. “Na minha opinião, não deu certo porque a ideia era melhor do que foi na prática. Agora, pode dar certo, desde que a iniciativa privada tenha o retorno considerável”.


“O programa tem que sair primeiro, dar certo, para depois ser ajustado. Para que a chamada faixa 2 (grupo 2) seja contemplada, é preciso que a faixa 1 dê certo primeiro”, diz Meschini.


O presidente do Sinduscon, Odair Senra, está otimista e diz que o programa “preserva uma arquitetura financeira vitoriosa” para a baixa renda. 


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